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Homem é preso após agredir equipe de TV que cobria bloqueio de ruas em Porto Alegre, diz polícia

Profissionais da Band foram agredidos a socos e tiveram equipamentos quebrados, segundo Brigada Militar. Equipes do SBT, da RecordTV e da RDC TV também foram hostilizadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Um homem foi preso em flagrante por lesão corporal após agredir uma equipe de reportagem da TV Bandeirantes em Porto Alegre nesta quarta-feira (2) conforme a Brigada Militar (BM). Os profissionais cobriam o bloqueio golpista de ruas do Centro Histórico da cidade por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contrários ao resultado das eleições.

Em nota, o Grupo BandRS diz estar prestando auxílio aos profissionais. "É inaceitável qualquer tipo de violência assim bem como o cerceamento ao exercício do trabalho jornalístico". Veja o comunicado abaixo.

Imagens divulgadas pela emissora mostram pessoas cercando os profissionais da Band e o indivíduo suspeito das agressões preso pela polícia. Ele foi identificado pela equipe da emissora.

Segundo a polícia, a equipe de reportagem gravava imagens do ato quando o cinegrafista e o auxiliar foram agredidos por um homem. O suspeito desferiu socos contra os profissionais da Band e quebrou equipamentos de gravação.

Policiais da Força Tática do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) viram as agressões e prenderam o indivíduo. O homem não demonstrou resistência e apresentava sinais de embriaguez, segundo a BM.

Os profissionais da Band foram conduzidos para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para exames e, depois, para registro da ocorrência na Polícia Civil.

Equipes hostilizadas

 

No mesmo ato, uma equipe do SBT foi hostilizada por apoiadores de Bolsonaro. Segundo a emissora, o repórter Lucas Abati e o cinegrafista Cristiano Mazoni foram cercados e obrigados a sair do local.

O diretor Nacional de Jornalismo do SBT, José Occhiuso, afirma que "o Jornalismo do SBT repudia e condena os atos de hostilidade. As agressões a jornalistas são atentados contra a liberdade de imprensa e não podem ser toleradas".

Uma equipe da RecordTV também foi hostilizada. Segundo relato da repórter Daiane Dalle Tese, a emissora colocou seu departamento jurídico à disposição dos profissionais, que registraram ocorrência policial.

Profissionais da RDC TV registraram boletim de ocorrência relatando agressões. "O ato de violência contra o nosso cinegrafista e o nosso repórter que estavam no local resultou na queda imediata da transmissão, privando o público da informação", diz a emissora em nota.

Entidades se manifestam

O governador do estado, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), repudiou os ataques. Segundo ele, a polícia passou a dar segurança às equipes de imprensa no local. "Para assegurar o pleno exercício da liberdade de imprensa, pilar da democracia, além das duas centenas de policiais que monitoraram as manifestações no Centro da capital, a Brigada Militar passou a fazer o acompanhamento individual das equipes de reportagem no local", diz.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), lamentou as ocorrências. "A democracia é o império da lei. Nenhuma mobilização dá licença a quaisquer agressões ou ao cerceamento da liberdade de imprensa. Perdemos todos", comenta.

Entidades que atuam na defesa de profissionais e veículos de imprensa se manifestaram após as ocorrências desta quarta-feira.

A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) recordou que 2 de novembro é o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade de Crimes contra Jornalistas, estipulado pela ONU. "Nesse contexto, também manifestamos integral solidariedade aos profissionais e empresas atacados e proclamamos veemente repúdio aos atos de violência", diz em nota.

O Sindicato dos Jornalistas do RS (Sindjors) afirma que, "em hipótese alguma, vai admitir que agressões desse tipo sejam feitas contra os profissionais que estão exercendo seu direito ao trabalho, que é informar e levar as notícias à população".

A Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT) e o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindiRádio) repudiaram as agressões contra os profissionais de imprensa. "De outra parte, manifestamos nossa solidariedade aos profissionais que diligentemente cumprem sua missão de bem informar. Meios de comunicação livres serão sempre um importante pilar do Estado Democrático de Direito", afirmam as entidades.

Fonte: G1

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