Enquanto aguardam o final da piracema, no dia 31 de janeiro, e se preparam para retomar a pesca no rio Uruguai, depois de quatro meses sem atividades, os pescadores de São Borja, ainda precisam resolver outras questões igualmente fundamentais. O problema mais sério enfrentado pela categoria é o não pagamento do seguro-defeso durante o período reprodutivo dos peixes, que começou em outubro.
Cerca de 70% dos 250 pescadores do município não conseguiram receber o benefício, pago todos os anos pelo INSS. O presidente da Associação dos Pescadores de São Borja, Idalêncio Melo, culpa a burocracia pelo problema, que ocorre há vários anos. Segundo ele, apesar dos pescadores enviarem a documentação necessária, o INSS encontra dificuldades para localizar o cadastro e com isso, não aprovando o pagamento.
Os pescadores têm direito a um salário mínimo por mês durante a proibição da pesca. Quanto ao retorno da pesca do dourado e do surubi na bacia do rio Uruguai, Idalêncio não acredita que possa ocorrer logo. Segundo ele, há necessidade de uma pesquisa científica no rio para se saber exatamente como está a reprodução das duas espécies e só a partir daí, as autoridades darão a palavra final.
Fonte: Folha de São Borja
Imagem: Arquivo Cultura AM