No distrito de Maçambará, pertencente ao município de São Borja, cerca de 56 alunos da Escola Estadual Técnica Encruzilhada não estão frequentando as aulas há mais de 30 dias. A grande causa é a não renovação do contrato entre o estado e a empresa.
A escola fica localizada cerca de 86 km de São Borja, e vem sofrendo com a falta de transporte escolar em diversas localidades no interior do município. Entre elas: Vila Brites, Rincão dos Paulas, Lageado e Conde de Porto Alegre.
O contrato da empresa com o estado venceu no dia 9 de setembro de 2022, e desde então os alunos estão sem frequentar a escola. Eles estão fazendo as atividades remotamente, através da plataforma da escola e via whatsapp.
Em conversa com o diretor da instituição, Rodrigo Melo, ele destaca que “a gente entende que fica muito a desejar, porque muitos alunos não podem através dos professores sanar as dúvidas, e essa é a nossa maior preocupação”. Salienta que os alunos estão meramente prejudicados com toda a situação, mas que a escola não tem envolvimento algum com o transporte. Segundo ele, receberam a informação do vencimento do contrato 15 dias antes através dos motoristas da empresa, e que se não fosse renovado o transporte pararia de funcionar.
O vereador Jeferson Homrich, de São Borja, disse que iria propor um convênio entre São Borja e Maçambará para que fizessem o transporte desses alunos, até o estado resolver a nova contratação definitiva. E com isso o estado repassar os recursos devidos pelos km percorridos, termina dizendo “estarei levando para o prefeito”.
Paulo Cesar Cardeal, também vereador do município de São Borja, tem o mesmo objetivo que Jeferson. Ele diz que o ideal para o momento é conseguir união dos municípios, pois “se depender do estado as crianças não terão aula tão cedo e a educação não pode parar, as crianças tem que estudar”.
O advogado Jeovane Contreira, procurado pelos pais dos alunos prejudicados pela falta de transporte, destacou que entrou em contato com a prefeitura de Maçambará e lhe falaram que já tinham encaminhado para a Coordenadoria Regional de Educação, em São Borja. E informaram que já estava sendo feito o processo de licitação para a nova empresa.
“Tem um empurra empurra de Maçambará para São Borja, e de São Borja para Maçambará e a situação sempre é a mesma” destaca Andressa, mãe de uma aluna da escola. Ela também diz que esse momento está sendo bem difícil tanto para os alunos quanto para os pais, pois as crianças ficam questionando quando volta o transporte e não se tem resposta. Para contribuir com o aprendizado da filha ela diz “a gente faz o que pode, é complicado, a gente tenta explicar, tentando se virar em casa”.
A comunidade aguarda e espera que os municípios e o estado encontrem juntos a solução para este caso. No qual afeta mais de 50 famílias da região oeste do estado do Rio Grande do Sul.
Texto: Caroline Menegassi – Sb News