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quarta-feira, outubro 30, 2024
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O que vem na semana: calorão, piora da estiagem e temporais isolados

A semana que começa no Rio Grande do Sul será marcada por calor extremo que vai levar à ocorrência de chuva de verão irregular e temporais localizados típicos de verão que pode trazer transtornos e danos. Uma massa de ar muito quente vai tomar conta do estado e será responsável por alguns dos dias mais quentes desta estação no território gaúcho.

O calor já será intenso agora desde o começo da semana no Oeste do Rio Grande do Sul com máximas de até 38ºC, mas a partir da metade da semana as máximas muito elevadas devem dominar grande parte do território gaúcho com marcas superiores a 35ºC em grande número de municípios.

As tardes entre quarta e sexta-feira devem ser as mais quentes da semana no estado. Dados de modelos numéricos analisados pela MetSul indicam que as máximas podem atingir valores ao redor dos 40ºC no Oeste e no Noroeste.

Já na Grande Porto Alegre e nos vales, os piores dias de calor tendem a se dar entre quarta e sexta com máximas de 38ºC a 40ºC, não se descartando registros pontuais acima de 40ºC em algumas localidades.

O calor intenso a extremo será uma má notícia diante do quadro de estiagem pois vai acelerar a perda de umidade do solo e gerar estresse nas plantas em lavouras em municípios que neste fim de semana tiveram pouca ou nenhuma chuva. Vai agravar ainda o risco de ocorrência de fogo, uma vez que em muitos locais do estado a estiagem deixa a vegetação seca.

Os mapas abaixo mostram a projeção de anomalia de temperatura em 2 metros para as tardes de terça a sexta, conforme o modelo alemão Icon. Observe que o calor aumenta muito entre terça e quinta, mas cede no Oeste na sexta por nebulosidade e pancadas de chuva.

Sem nenhum sistema de maior escala atuando, como uma frente fria ou uma área de baixa pressão, a chuva dependerá exclusivamente da combinação de calor e umidade mais alta. Por isso, a semana que começa vai ser muito deficiente em chuva e com precipitações bastante irregulares e mal distribuídas.

Isso se reflete nas projeções dos modelos que indicam baixos acumulados de precipitação para a maioria das cidades gaúchas nesta semana. Somente pontos muito isolados devem registrar acumulados mais altos, essencialmente por efeito de temporais. O mapa abaixo traz a projeção de chuva acumulada desta semana do modelo alemão Icon.

O que pode se esperar com o calor intenso é a ocorrência de pancadas isoladas de chuva típicas de verão na maioria dos dias da semana. Em alguns, as pancadas alcançam poucas localidades e em outros maior número de pontos, mas sempre de forma localizadas e sem expectativa de precipitações generalizadas.

O que vai exigir atenção será o risco de tempo severo isolado. Como a temperatura durante a semana vai estar excessivamente elevada e a atmosfera muito aquecida, cresce o risco de que ocorram tempestades localizadas, probabilidade maior na segunda metade da semana.

Os dados indicam temperaturas em 850 hPa (nível de 1.500 metros de altitude) acima de 20ºC. A temperatura neste nível da atmosfera é usada em Meteorologia para verificar quão fria ou quente é uma massa de ar e valores acima de 20ºC são indicativos de uma massa de ar muito quente.

Nuvens carregadas que se formam, mais da tarde para a noite, sob uma atmosfera em que a temperatura em 850 hPa está acima de 20ºC e as máximas em superfície ficaram ao redor dos 40ºC, não raro trazem temporais isolados fortes a severos.

Estes temporais bastante isolados de maior severidade podem gerar chuva intensa em curto intervalo com alagamentos repentinos, queda de granizo e vendavais. Nos caso mais extremos, são capazes de gerar fenômenos de vento severos, como correntes de vento descendentes violentas (downbursts ou microexplosões).

Fonte: METSUL.

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