A ideia é atacar uma das diversas “frentes que causam a mortalidade das abelhas”, explica o chefe da Divisão de Vigilância Sanitária Animal da pasta, Fernando Groff:
— Normalmente, a gente se preocupa com o que é urgente, que mata de um dia para o outro, como o frio ou a deriva (de agrotóxico). Mas também existem essas doenças que afetam muito negativamente a produção e precisam de atenção.
Para o técnico, o principal benefício desse projeto será o desenvolvimento de artifícios para prevenir a doença e evitar a sua disseminação. No caso das abelhas, é muito comum que os apicultores troquem as caixas (onde se localizam as colmeias) de um local para outro de acordo com a oferta da florada da região, explica Groff.
Atualmente, não existe estudo sobre a prevalência de ácaros nem de besouros no Estado.
— Inclusive porque as infestações são muito discretas no começo e podem ser muito maior do que a gente imagina — acrescenta Groff.
O principal prejuízo causado por esses animais é na perda de produtividade e de capacidade de reprodução das abelhas, explica o coordenador da Câmara Setorial de Apicultura da Secretaria da Agricultura, Aldo Machado dos Santos:
— O ácaro ataca principalmente abelhas mais debilitadas por algum problema, como vírus ou mesmo rainhas velhas. Já o besouro coloca larvas. Os dois impactam a colmeia e levam à morte.
Próximos passos
Na semana que vem, começa a visita dos técnicos da Secretaria a 375 propriedades, localizadas em 97 municípios do Estado. Nelas, serão coletadas amostras de abelhas, que serão encaminhadas ao Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor. Lá, o trabalho será de visualização: verificar se há ou não a presença de ácaros e besouros nos insetos. A previsão é de que já se tenha resultados conclusivos em maio.
O inquérito surgiu da coordenação entre os departamentos de Vigilância e Defesa Sanitária Animal e de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, por meio do seu Programa de Pós-graduação em Saúde Animal. A iniciativa conta com o apoio do Ministério da Agricultura e do professor de apicultura da UFRGS (aposentado) Aroni Sattler.
Fonte: GZH