Divulgado nesta segunda-feira, 15, o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado ao Comando da Aeronáutica, concluiu que não houve falha mecânica e que o piloto contribuiu para o acidente que matou a cantora Marília Mendonça. Na visão de George Sucupira, primeiro conselheiro da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, houve um “excesso de zelo” dos pilotos que levou ao incidente.
“Os pilotos, por excesso de zelo, esticaram a perna ao invés de fazer a curva onde normalmente faziam, esticaram um pouco mais para dar mais segurança ao voo, porque a reta final seria mais controlada e conseguiriam um pouso mais tranquilo”, disse, em entrevista à Rádio Eldorado, na manhã desta terça, 16.
“O que aconteceu foi que, na continuidade da perna-base, há uma torre e essa torre tem um cabo de para-raio em cima. Isso, no avião, você não consegue ver, porque o avião está a 200 km/h, você não enxerga um fio, e, quando ele fez a curva, a asa bateu no cabo e perdeu motor ali”, completou. “Se ele estivesse um metro acima, não teria acontecido nada.”
A trajetória feita pelo avião o levou a atingir um cabo para-raios de uma linha de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Além de Marília, o acidente matou outras quatro pessoas.
Ao discorrer sobre “fatores contribuintes” para o acidente, o relatório do Cenipa registrou que o “julgamento de pilotagem” contribuiu para a queda da aeronave. “No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso (em Minas Gerais), houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”.
Fonte: Estadão.