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Operação em Santiago e São Francisco de Assis mira grupo de caça de javalis

Uma operação contra caça irregular e maus-tratos de animais é realizada na Região Central do Estado nesta quarta-feira (18). O alvo da ação é um grupo suspeito de praticar a caça de javalis sem autorização e utiliza cães, que são deixados sem alimentação, de acordo com a Polícia Civil. A ação é realizada nos municípios de São Francisco de Assis e Santiago.

São cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas residências e em demais locais frequentados pelos envolvidos. O trabalho conta com 21 policiais civis e tem apoio de servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). A investigação é realizada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (Dema), que integra o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Foto: Polícia Civil

Conforme a polícia, foram constatadas diversas ilegalidades cometidas pelo grupo. Além da caça irregular e da crueldade contra animais silvestres, os javalis, eles também praticaram crimes como de porte ilegal de arma de fogo e maus-tratos a cães.

A investigação começou há cerca de dois meses. Conforme a delegada Samieh Saleh, titular da Dema, o grupo utiliza os cães nas caças aos javalis, promovendo confrontos entre os animais. Em alguns casos, a polícia afirma que os homens chegaram a arrastar os javalis, e também há imagens que mostram eles sendo mutilados e feridos progressivamente, tanto por cães quanto pelos próprios caçadores.

Foto: Polícia Civil

Em imagens feitas pelo grupo e obtidas pelo Deic, é possível ver que o transporte dos javalis abatidos é realizado de forma incorreta, como na garupa de motos. Alguns deles ainda estão vivos, mas bastante feridos, durante o trajeto.

— Embora seja permitido o abate de javalis, ele deve ser feito em caráter de controle de praga e precisa seguir uma série de etapas, que geralmente não ocorre nessas ações ilegais. Neste caso, verificamos que a maioria dos investigados não possui autorização para caçar os animais. Alguns deles possuíam permissões vencidas ou em desacordo com a prática realizada nas caçadas — pontua a delegada.

Além dos maus-tratos cometidos na caça, o grupo também consumia e comercializava a carne dos javalis. Nesse sentido, a ação também pode resultar na disseminação de doenças, já que não há controle da carne destes animais, alerta a polícia.

Cães eram feridos e deixados sem comer

Os cachorros usados pelo grupo eram “constantemente feridos” e ficavam sem alimentação, segundo o diretor da Divisão de Investigação do Deic, delegado Eibert Moreira Neto:

— Os ferimentos dos cães são provocados tanto na caça ao javali, durante o ataque, quanto na criação. Para que façam a caça, são feridos, na intenção de ficarem agressivos, e também são privados de alimentação. Muitos cães também se perdem do grupo e ficam vagando pelo mato após as caças.

Foto: Polícia Civil

Segundo a polícia, o manual de controle de javalis, do Ibama, regulamenta que os cães usados nas caças devem estar devidamente identificados (com placa dos dados do proprietário e coleira com GPS, por exemplo) e não podem ser expostos a riscos ou abandonados. O regulamento também proíbe a prática de quaisquer maus-tratos, tanto aos cães quanto aos javalis.

Diretora do Deic, a delegada Vanessa Pitrez pontua que, além da coibir a crueldade aos animais, operações do tipo também tem por objetivo evitar o desequilíbrio ambiental que ações irregulares causam.
— O foco da investigação que resultou na operação desta quarta foca combater tanto os maus-tratos cometidos a animais domésticos e silvestres quanto a caça ilegal de javalis e outros crimes como a venda irregular de sua carne. O departamento tem dado muita atenção a estes tipos de crimes não só pela crueldade com que são praticados, mas pelo desequilíbrio ambiental que ocasionam e os riscos à saúde que podem gerar nas comunidades onde a carne do animal irregularmente abatido é consumida. Por esse conjunto de fatores, seguiremos combatendo veementemente essa práticas criminosas — afirma Vanessa.
Denúncias

Quem tiver informações sobre os casos pode entrar em contato com a Polícia Civil. O sigilo é garantido pelas equipes. Os canais são o Disque-denúncia do Deic, pelo telefone 0800 510 2828, ou pelo WhatsApp e Telegram, no (51) 98444-0606.

 

Fonte: GZH

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