“Quanto mais a civilização avance, mais será empregada a Bíblia”. Esta célebre frase do filósofo Kant destaca que foi sua fé nos dogmas presentes no Livro Sagrado que guiou sua vida e a de inúmeros outros pensadores, como Newton, Galilei, Rousseau, e figuras políticas notáveis como George Washington, Lincoln e Churchill, que também basearam seus estudos nesta obra.
Cada doutrina possui seu conjunto de dogmas, que por sua vez é um termo de origem grega que significa “aquilo que se considera verdade”, uma lei inquestionável. Neste contexto, chama atenção que há um dogma presente nas mais variadas religiões (Judaísmo; Islamismo; Cristianismo; Hinduísmo; Budismo), constituindo-se como prática universal desde tempos imemoriais: o “Jejum”.
Como apontado, existem registros milenares dessa prática em diversas partes do mundo, sugerindo a existência de um padrão convencional. Embora muitos historiadores associem seu significado à penitência ou a uma dimensão de relacionamento divino, é crucial lembrar que, na antiguidade, as comunicações não ocorriam da mesma forma que nos dias atuais. Diante disso, como essa conduta foi estabelecida globalmente em um contexto em que não existiam meios físicos de propagação da informação? Onde estaria a fonte orientadora desse fenômeno?
Ampliando o escopo para o âmbito científico, os estudos de Carl Jung destacam que o inconsciente coletivo “exerce influência” sobre o comportamento individual, indicando que a fonte desse conhecimento reside no “mundo espiritual”. Facetando ainda mais esta resposta, a ciência já sabe que a abstinência desencadeia a renovação celular, conhecida como “apoptose”, consagrada pelo Prêmio Nobel Dr. Ohsumi em 2016, por suas descobertas sobre os mecanismos de autofagia pela prática do jejum. Segundo o comitê avaliador, esta terapia tem impacto profundo em doenças neurológicas e até mesmo no câncer.
Em uma reflexão mais ampla sobre todos os Dogmas, podemos concluir que foram instituídos por uma mentalidade elevada e transmitidos a nós através das práticas religiosas, pois é mais convincente dizer que o “Jejum” é uma determinação Divina do que informar que induz a apoptose. Os dogmas, portanto, carregam consigo uma carga simbólica e espiritual que vai além das explicações teológicas.
Porém, embora o jejum tenha sido reconhecido pela mais alta cúpula científica, é improvável que seja amplamente empregado no sistema de saúde mundial, por uma única e definitiva razão: não possui valor agregado, afastando o interesse mercadológico. Evidenciando que as questões econômicas impactam diretamente à vida.
Mauro Falcão
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