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RS vive epidemia de dengue, com infestação do mosquito em mais de 90% dos municípios, diz secretária da Saúde

O aumento no número de casos confirmados de dengue é uma das preocupações da secretaria de saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS). Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (6), a responsável pela pasta, Arita Bergmann, afirmou que 466 municípios gaúchos estão infestados pelo mosquito Aedes aegypti. No total, o Estado tem 497 municípios, ou seja, há infestação em 93% deles. 

Considera-se infestado quando o município registra a presença de focos de larvas nas atividades de vigilância do vetor.

Atualmente, são 2.534 casos confirmados de dengue no Estado em 2024. Na última segunda-feira (5), o RS registrou a primeira morte pela doença. Durante a entrevista, Arita lamentou o falecimento da paciente de 71 anos, em Tenente Portela, no noroeste do Estado. O fato chama a atenção para uma região com número crescente de casos confirmados.

No Gaúcha Atualidade, Arita explicou que não existe uma explicação exata para alguns municípios estarem sendo mais afetados.

— Se olharmos o mapa do Rio Grande do Sul, em todo o Estado nós temos a presença desse vetor, que é o mosquito da dengue. Nós, no ano passado, tivemos um foco muito grande na Região do Vale do Taquari. Encantado, inclusive, foi um dos municípios que teve o maior número, a maior incidência de casos — disse ela, que seguiu:

— A região de Tenente Portela, Barra do Guarita e Derrubadas, sempre foi uma região, no histórico, que teve grande circulação desse mosquito, sempre teve muitas confirmações de casos. E esse ano explodiu. As causas são muitas. Não tem precisão em relação a isso porque o mosquito não tem fronteiras.

Tenente Portela é a cidade com maior número de casos confirmados de dengue no Estado. Segundo o painel da secretaria de saúde, são 821 notificações e 805 diagnósticos positivos. A maioria deles — 800 casos — autóctones, ou seja, contraídos dentro do município. Em Barra do Guarita e Derrubadas, municípios citados pela secretária, são 292 e 76 casos confirmados, respectivamente. 

Papel da população

Conforme Arita, o Estado está vivendo uma epidemia de dengue. Para mudar a situação, ela ressaltou que é necessário trabalhar para evitar a proliferação. As medidas do poder público contam com técnicas como a Borrifação Residencial Intradomiciliar (BRI), que consiste na aplicação de inseticida com alto poder residual nos locais preferenciais de repouso do vetor.

— De nada isso adianta se a população não cuidar da sua casa, do seu interior. Mas não é cuidar só de vez em quando, dar uma olhada. Uma tampinha de garrafa que tenha água já é um ambiente favorável para que o mosquito coloque ali seus ovinhos e isso se multiplique — pontuou. 

Para ela, o papel da população para evitar a infestação é fundamental, mantendo reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos ou secos.

Imunizante

A secretária de saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, afirmou que o Estado  não realizou a compra de doses do imunizante Qdenga, produzido pela farmacêutica Takeda. O Ministério da Saúde recebeu a primeira remessa da vacina contra a dengue, com cerca de 750 mil doses que serão disponibilizadas pelo SUS, em janeiro. Um segundo carregamento, com 570 mil doses, deve ser entregue este mês. Os municípios gaúchos ficaram fora da lista de cidades que deverão ser priorizadas.

— O que se sabe é que o próprio Ministério (da Saúde) ainda não conseguiu comprar o número suficiente de vacinas. E vacina sempre é um programa federal, do governo federal, do Ministério da Saúde. Nós nem tentamos comprar, primeiro, porque as evidências são recentes — confirmou a secretária. 

Arita pontuou que a compra não foi planejada porque a SES/RS está aguardando o Ministério da Saúde, mas que o imunizante já está disponível na rede privada.

Na entrevista, a secretária também falou sobre o Programa TEAcolhe, que instituiu a Política de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo no Rio Grande do Sul. O objetivo da iniciativa é promover o atendimento às necessidades específicas das pessoas com autismo, com atenção especial ao desenvolvimento pessoal e à inclusão social desses indivíduos e suas famílias.

Fonte e Foto: GZH

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