Tiago Cadó (PDT), Edson Damião Ribas (Progressistas) e Djalma Leal Junior (PDT) defendem medidas de fiscalização, videomonitoramento e cercamento do local
A recente tragédia que abreviou a vida de mais dois jovens são-borjenses na Ponta da Faixa, do Cais do Porto, na avaliação dos vereadores Tiago Cadó (PDT), Edson Damião Ribas (Progressistas) e Djalma Leal Junior (PDT) reacende um debate que não pode mais tardar. De acordo com um
levantamento realizado pelo 3° Pelotão de Bombeiro Militar de São Borja, foram 10 mortes entre 2007 e 2021 no mesmo local.
Nos últimos 17 anos, segundo o estudo feito pelo 1o sargento Élvis Pimentel Campos, foram registradas 26 mortes no Rio Uruguai – 10 delas na Ponta da Faixa no Cais do Porto. Isso significa que 38% – mais de um terço – dos afogamentos ocorreram em um dos pontos turísticos de maior circulação na cidade. Tratam-se de crianças, adolescentes, jovens e adultos que por imprudência, descuido ou falta de avisos perdem suas vidas naquele local, ano após ano.
Para os parlamentares, está mais do que claro que as placas de proibição de banho, instaladas naquele ponto, não são capazes de frear tragédias familiares e mortes prematuras. Por esta razão, na terça-feira, dia 26, os três protocolaram um requerimento com algumas sugestões a serem debatidas entre os agentes públicos e órgãos de segurança de São Borja. O documento prevê que sejam discutidas melhorias na iluminação (hoje inexistente), avaliar a possibilidade de cercamento das laterais, câmeras de videomonitoramento ou fiscalização contínua nos horários de maior circulação de pessoas.
“A ponta da faixa é um problema de todos nós! E quando assistimos a triste repercussão, a dor e o luto de mais duas famílias que choram pela morte de jovens, não é possível que deixemos de pensar em soluções para um problema recorrente que, ano após ano, provoca mortes prematuras em um de nossos pontos turísticos de maior circulação”, lamenta Tiago Cadó. Segundo o vereador, não se trata de achar culpados, mas sim de encontrar alternativas para um problema urgente. “Estamos convencidos de que ficar como está, não dá mais! Já passou da hora de atitudes serem tomadas”, defende, ao lembrar que o requerimento também aponta a necessidade de instalação de um painel que remeta às vítimas que, infelizmente, perderam a vida naquele local.
O vereador Edson Damião Ribas (Progressistas) explica que as ações propostas podem parecer simples, entretanto, envolvem um esforço coletivo e compartilhado pelas esferas federal, estadual e municipal. Isso acontece, segundo o parlamentar, porque a área é de controle da Marinha do Brasil. Por esta razão, qualquer iniciativa deve envolver um convênio efetivo entre os órgãos em questão.
Além de signatário do Requerimento, Damião já antecipa que pretende protocolar um pedido para a criação de uma Comissão Especial na Câmara sobre o tema. “No âmbito de uma comissão, teremos mais abrangência para tratar deste importante tema e encontrar soluções que nos permitam preservar vidas e mitigar os riscos de afogamento em São Borja”, declara. Ele lembra que, antes, é preciso avaliar com a Marinha, Bombeiros e Polícia Militar a viabilidade das ações propostas.
Na mesma linha, Djalma Leal Junior (PDT), afirma que não é mais possível conviver com as tristes estatísticas de mortes. Na visão do vereador, mais do que números, as vítimas de afogamento são pessoas que tiveram suas vidas abreviadas, gerando luto e comoção entre amigos, familiares e toda a comunidade de São Borja. Junior também sugere a utilização de trilhos que já estão disponíveis e não demandariam custos ao município.
MORTES NA PONTA DA FAIXA
Data Vítimas
25/11/2007 homem de 27 anos
14/02/2010 menino de 11 anos
14/02/2010 menina de 05 anos
30/11/2012 homem de 41 anos
13/02/2013 homem de 17 anos
01/01/2019 homem de 34 anos
17/12/2019 homem de 22 anos
27/12/2019 homem de 36 anos
14/01/2021 homem de 18 anos
14/01/2021 homem de 23 anos
( *) Levantamento 3° Pelotão de Bombeiro Militar – São Borja
Fonte e foto: Assessoria de comunicação