Dados do Conselho Tutelar de São Borja mostram que nos primeiros quatro meses do ano foram registrados 19 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Os casos, em sua maioria, são praticados por familiares das vítimas, entre elas avô, tio e padrasto. Todos os casos foram registrados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e estão sendo acompanhados pelos conselheiros.
Um caso de um menino menor de três anos, seis casos, cujas vítimas tinham entre quatro e sete anos, quatro vítimas entre 8 a 11 anos, sete casos com vítimas entre 12 a 15 anos, e uma caso cuja a vítima tem 15 anos. Porém, o número poderá ser maior, pois muitos não passam pelos conselheiros tutelares e são registrados diretamente na DPPA.
De acordo com a Polícia Civil, em 2023, a cada três horas, em média, uma criança ou adolescente, com idade até 14 anos, é vítima de abuso sexual no Rio Grande do Sul. A média é calculada com base nos registros destes crimes de 2018 até 2023. Foram registrados, neste período, 18.265 estupros contra crianças ou adolescentes. Ou seja, nove casos chegaram à polícia a cada dia, em média.
A violência sexual de crianças e adolescentes pode acontecer em várias idades (incluindo bebês), e em todas as classes sociais, podendo ser de várias formas, como abuso sexual (a criança é utilizada por adulto, ou até um adolescente, para praticar algum ato de natureza sexual) ou exploração sexual (usar crianças e adolescentes com propósito de troca ou de obter lucro financeiro ou de outra natureza em turismo sexual, tráfico, pornografia, ou também em rede de prostituição).
A Polícia Civil aponta indicativos comuns de crianças vítimas de violência sexual, como mudanças de comportamento repentinas, agressividade, dificuldades para dormir, choro frequente, perda do interesse em brincar e estudar, medo de algumas pessoas, com manifestações físicas de enjoo e outros, marcas pelo corpo e introspecção.
Para denunciar, pode ser usado o Disque 100, que recebe denúncias sobre violência contra criança e adolescente em todo o País; o 190, da Brigada Militar, que pode ser acionada em qualquer cidade do RS; o Disque Denúncia, da Polícia Civil, pelo 181; ou a divisão especial do Estatuto da Criança e do Adolescente, (Deca), em Porto Alegre, que atende pelo telefone (0800) 642-6400. Também é possível fazer a denúncia pessoalmente em qualquer um desses órgãos.
Fonte: Rádio Cultura AM