O comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), tenente-coronel Ricardo Moreira de Vargas, considera que, pelo menos, duas situações fugiram do planejamento do grupo de criminosos que assaltou um carro-forte no Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, na noite de quarta-feira (19).
Para Vargas, os assaltantes estavam cientes da mobilização de efetivo da Brigada Militar para atuar na segurança da partida entre Juventude e Vasco pelo Campeonato Brasileiro. Porém, não achavam que a BM chegasse a tempo ao aeroporto, distante cinco quilômetros do Estádio Alfredo Jaconi.
O outro ponto que fugiu do planejamento, na opinião do comandante, foi a forte reação dos vigilantes da empresa de transporte de valores. O primeiro de uma série de confrontos se deu entre os seguranças e a quadrilha, que acessou o aeroporto utilizando carros blindados com adesivos falsos da Polícia Federal.
Na pista do Hugo Cantergiani, o carro-forte era abastecido por malotes de dinheiro trazidos de Curitiba em uma aeronave de pequeno porte. Os vigilantes reagiram ao ataque dos assaltantes e ficaram abrigados no carro-forte.
Na primeira guarnição a chegar no aeroporto estava o 2º sargento Fabiano Oliveira, 47 anos, vindo do Alfredo Jaconi. Os policiais foram recebidos com disparos de arma de fogo. Segundo Vargas, a atuação do 2º sargento seguiu todos os protocolos. Porém, abrigado na viatura, acabou atingido ao mudar de posição. Um dos tiros de fuzil atingiu-o no tórax e atravessou o colete de proteção balística. Mesmo socorrido e levado ao hospital, o brigadiano não resistiu.
Passados quase dois dias após o crime, as áreas de busca aos criminosos foram ampliadas. Polícias de Santa Catarina, Paraná e São Paulo estão mobilizadas. Vargas considera que, embora de oito a 10 pessoas tenham sido vistas nas imagens, um grupo maior tenha auxiliado os assaltantes a fugir.
Três carros utilizados pela quadrilha, todos blindados, já foram localizados. Um deles, uma camionete Frontier com adesivos falsos da PF, teve os pneus furados por tiros e sequer deixou o aeroporto. Nela estava um dos assaltantes, que foi morto, e parte do dinheiro roubado.
Outros dois veículos foram encontrados em um local de mata próximo do acesso ao bairro Villa Lobos, a cerca de três quilômetros da cabeceira do aeroporto. Uma das possibilidades cogitadas era que o grupo tivesse usado um helicóptero para fugir. Porém, segundo o comandante, a torre de monitoramento do aeroporto não identificou nenhuma aeronave além das utilizadas na busca pela polícia.
Fonte: GZH