A Câmara de Santo Ângelo, no noroeste gaúcho, aprovou um aumento nos salários do prefeito, vice, secretários e vereadores. Para o chefe do Executivo, por exemplo, o acréscimo de 22% coloca o novo valor em R$ 29.274,74 mensais — mais que o pago a prefeitos de capitais brasileiras como Porto Alegre (R$ 16,6 mil), Curitiba (R$ 25,7 mil) e São Paulo (R$ 27,2 mil).
A aprovação foi na sessão do Legislativo de Santo Ângelo na segunda-feira (12). A medida ainda depende da sanção do prefeito. Se isso acontecer, os valores passam a valer em 2025.
Hoje o prefeito do município de 76,9 mil habitantes recebe R$ 23.824,30, enquanto o vice ganha R$ 11.912,15. No projeto aprovado pelos vereadores, o salário do vice-prefeito saltaria para R$ 16.720,71, um aumento de 40%.
O maior reajuste, contudo, é para os secretários municipais, de 55%. O pagamento pode passar de R$ R$ 8.349,26 para R$ 13.016,42 mensais se a lei for sancionada pelo Executivo. Para os vereadores, o acréscimo aprovado foi de 28%, passando dos atuais R$ 7,1 mil para R$ 9.119,63.
O projeto, protocolado pela mesa diretora da Casa, justifica que a proposta foi “fruto de extenso debate” entre as bancadas, direção e assessoria jurídica do Legislativo. O argumento central é que os subsídios não têm reajuste real desde 2008 e acumulam perdas inflacionárias de mais de 50%.
“Também, os subsídios foram afetados por decisões políticas de contenção de despesas que não souberam observar a realidade municipal e regional das Câmaras de Vereadores”, diz o texto, disponível neste link.
O projeto teve oito votos favoráveis e seis contrários. Veja a lista:
A favor do aumento
- Carlos Gonçalves (Progressistas)
- João Cardoso (União Brasil)
- Nérison Abreu (PL)
- Márcio Antunes (MDB)
- Lúcia Lima (MDB)
- Nivaldo Langer (Progressistas)
- Rodrigo Flores (PDT)
- Vando Ribeiro (PSDB)
Contra o aumento
- André Pedroso (Progressistas)
- Simone Lunkes (PDT)
- Jacqueline Possebom (PDT)
- Nanaco (PDT)
- Gilberto Corazza (PT)
- Elias Queirós (Republicanos)
Questionado, o Executivo de Santo Ângelo afirmou que o prefeito Jacques Gonçalves Barbosa (PDT) analisa o projeto, mas não deve sancionar a proposta. Dessa forma, a proposição volta para a Câmara, que poderá apoiar ou derrubar o veto.
Fonte: GZH