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terça-feira, outubro 29, 2024
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Abigeato: entenda como produtores rurais identificaram furto de gado na fronteira do Brasil com o Uruguai

Ladrões de gado estão levando medo a produtores rurais que possuem propriedades na fronteira do Brasil com o Uruguai, em Santana do Livramento. Na quinta-feira (5), um sistema de monitoramento via GPS flagrou o momento em que quatro homens a cavalo e armados furtaram 20 cabeças de gado.

A ação foi acompanhada pelo Grupo de Investigação (GDI) da RBS em tempo real, a partir de um grupo de WhatsApp formado por produtores (entenda abaixo).

De acordo com os pecuaristas, desde o ano passado, foram registrados pelo menos 45 furtos de 850 cabeças de gado, totalizando um prejuízo estimado em R$ 2,5 milhões.

“Como a gente está na fronteira seca, é muito fácil o trânsito de animais, tanto o trânsito de pessoas. E os bandidos se aproveitam dessa facilidade para vir fazer, efetuar o roubo do gado”, diz um pecuarista.

Entenda monitoramento do gado via GPS

“Cada pontilho laranja é uma vaca e dá pra ver claramente que o gado foi escapando, e foi quando eu recebi o aviso e fiquei monitorando para onde eles iam”, conta o produtor que contratou o sistema.

Para entender como os bandidos agem, o GDI criou um grupo de WhatsApp entre os quatro produtores mais lesados pelas quadrilhas. Depois de sofrer cinco ataques que resultaram no furto de 50 animais, somando prejuízo de R$ 350 mil, um deles investiu R$ 50 mil em um sistema de monitoramento via GPS, colocado em 100 cabeças de gado.

É uma espécie de coleira no pescoço dos animais, que emite um sinal indicando a localização dos mesmos. Na quinta-feira (5), o sistema disparou um alerta, comunicado ao grupo de mensagens pelo produtor. Ele postou uma imagem em que pontos em vermelho indicavam as reses deixando a propriedade.

“Cada pontilho laranja é uma vaca e dá pra ver claramente que o gado foi escapando, e foi quando eu recebi o aviso e fiquei monitorando para onde eles iam”, conta o produtor que contratou o sistema.

Imediatamente, os demais produtores reagiram no grupo de mensagens.

“Pessoal, o F… tá sendo roubado neste exato momento. Devo demorar 45 minutos pra me posicionar”, disse um produtor em áudio.

Outro pecuarista, também em áudio, avisou:

“Eu tô indo, tô a caminho já, tô aqui na estrada”, afirmou.

Um terceiro criador advertiu, no mesmo grupo: “a situação tá ficando perigosíssima. A gente tá achando que vai ter troca de tiro”, alertou.

O confronto aconteceu e um dos produtores conta que foi alvo de uma rajada.

“Na hora que eles me atiraram, eu atirei também”, conta o produtor.

Os ladrões abandonaram o gado em um campo próximo. Uma câmera de vigilância instalada por um dos produtores flagrou o momento em que quatro homens a cavalo e de chapéu conduziam o gado roubado. Um deles aparece com uma pistola na cintura. As imagens vão auxiliar a Delegacia de Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato, de Bagé, a identificar os bandidos.

“O que nós conseguimos apurar de imediato há uma miscigenação, eles se misturam, tem uruguaios, tem brasileiro, é uma linha tênue que divide o país e isso causa uma certa dificuldade pra ambas as polícias (brasileira e uruguaia). A distância é um desafio, mas estamos nos organizando pra montar grupos, equipes pra ter mais tempo de campo mesmo. Isso é uma das medidas que está sendo tomada”, explica o delegado Guilherme Nunes, da Delegacia de Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato.

Além de câmeras de vigilância, os produtores também utilizam drones com visão termal, o que permite gravar imagens noturnas e vigilantes armados, a cavalo e protegidos por coletes a prova de balas. Um deles usa touca ninja para vigiar a propriedade do alto de uma torre.

Fonte: G1

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