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quarta-feira, outubro 30, 2024
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População do Centro-Oeste pede ajuda nas ruas aos bombeiros, diz major gaúcho que atua no combate aos incêndios

Integrante do grupo de 14 bombeiros gaúchos que está atuando no combate aos incêndios no Mato Grosso do Sul, o major Silvano Rodrigues afirma que mais reforços devem ser enviados nos próximos dias ao Centro-Oeste. Em entrevista ao programa Gaúcha+ desta quinta-feira (12), ele diz que as temperaturas estão facilmente passando dos 40ºC na região, com umidade relativa do ar abaixo dos 10%.

— Aqui temos um fator “30, 30, 30”, ou seja, 30 dias sem chuva, temperatura acima de 30ºC e umidade abaixo de 30%, tudo isso em abundância, que são fatores de propagação de incêndio florestal — explica o oficial, que é o presidente da Câmara Técnica de Combate a Incêndios Florestais.

Ele afirma que o local, próximo a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tangencia os biomas Pantanal e Cerrado. Com vegetação rasteira, o fogo se propaga rapidamente e inclusive atinge árvores maiores, em regiões de vegetação mais densa.

— Aqui ainda tem o problema do fogo subterrâneo. O fogo em turfa. Como o solo é rico em raízes, rico em matéria-prima, que acaba queimando também. É um fogo de menor proporção, em virtude de não ser um ambiente oxigenado. É algo que complica também, porque transita para parte de superfície — completa. 

As condições climáticas tornam o trabalho dos bombeiros ainda mais exaustivo e complicado tecnicamente. É preciso um preparo físico e um bom reconhecimento do local: 

— A gente tem que ter todo o mapa topográfico, a questão de ventos e entender o que o fogo quer fazer e o que ele pode fazer. Então, como a densidade demográfica do Centro-Oeste é bem mais baixa que no sul do país, não tem as cidades próximas, a gente pode fazer um planejamento de ataque indireto do fogo. 

O melhor momento do dia para combater as chamas é durante a noite, quando há um maior índice de umidade, conforme o bombeiro. Por causa disso, os profissionais conseguem chegar a lugares de acesso mais complicado. Também é feito um monitoramento para que o fogo não se alastre para outras áreas — o que Rodrigues descreve como um “jogo de xadrez”. 

Apesar das dificuldades, o major ressalta o trabalho dos profissionais no local e lembra da ajuda recebida de outros estados pelo Rio Grande do Sul no período da enchente:

—  Toda ajuda que os corpos de bombeiros de todo o Brasil deram pra nós, é preciso a gente retribuir. O povo está tão ávido quanto o nosso povo (durante a enchente) pela presença do bombeiro. A gente chega e o pessoal vem nos atacar na rua. “Está queimando aqui no meu lado”, dizem. É a comunidade pedindo ajuda e é um pouco gratificante poder fazer alguma coisa. As nossas equipes têm feito bastante diferença.

Fonte: GZH

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