Começaram, neste mês de outubro, as reprovações em massa das concessionárias de energia elétrica no Brasil. Sob pretextos de inversão de fluxo, os projetos encaminhados pelas empresas que comercializam e instalam placas de energia solar, ficam pelo caminho, recebendo negativas para o andamento. De acordo com empresários do setor, a situação já está ficando insustentável, iniciando demissões e encerramento de atividades de algumas empresas que não conseguem viabilizar projetos.
Em virtude dessa situação, as entidades de atuação nacional, o Instituto Nacional de Energia Limpa e o Movimento Solar Livre, se uniram, e criaram a Aliança Solar, resultando em uma força mais consistente em Brasília, para a condução da pauta junto ao congresso Nacional.
Renato Zimerman, da Aliança Solar, concedeu uma entrevista ao Grupo ESBC, rádios Fronteira FM, Cultura AM e Folha de São Borja, em que explicou a realidade vivenciada pelas empresas instaladoras de energia solar, e a pauta defendida pela Aliança.
De acordo com Zimerman, as empresas dependem da conexão da rede elétrica da concessionária. Atualmente muitas linhas de transmissão e redes de energia elétrica, defasadas, não tem a capacidade de absorver a energia injetada pelos sistemas de energia solar instalados, gerando a negativa da concessionária. E as negativas vêm, muitas vezes, sem a comprovação do fluxo inverso da potência, não existindo um relatório, um laudo técnico, um engenheiro, que disponibilize os estudos, e formas de o consumidor contestar, reduzindo a capacidade das empresas em seguir com seus negócios, e ao mesmo tempo, retirando o direito do cidadão, a ter um sistema de placas de energia solar.
Zimerman explica que a Lei Federal 14.300/2022 não está sendo cumprida, já que a Concessionária deve liberar o acesso à rede, ou explicitar os problemas que por ventura existam na rede, para que o consumidor possa se adequar e dar andamento ao seu projeto.
Em virtude dessa situação, no próximo dia 1º de novembro, ocorrerá concomitantemente uma manifestação em São Leopoldo, RS, e em Campinas, SP, chamando todos os empresários e comunidade em geral, para conclamar às concessionárias que liberem os projetos de energia solar, ou que especifiquem os problemas nas redes com prazos para a adequação.
A conjuntura apresentada é negativa para a comunidade, que perde a possibilidade de instalar placas de energia solar em suas residências, comércio, áreas rurais, assim como o meio ambiente, já que essa situação vai contra um movimento global em prol das energias renováveis e limpas, além de prejudicar milhares de trabalhadores. De acordo com a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a energia solar já criou mais de 1,1 milhão de empregos no Brasil desde 2012. Em contrapartida, neste último ano, em razão do exposto, já demitiu cerca de duas mil pessoas.
Fonte: Grupo ESBC – Anelise Andres