Uma operação da Polícia Federal (PF) resultou na prisão de cinco servidores da Receita Federal em Santa Maria. A ação teve apoio da Corregedoria da Receita. Os presos são suspeitos de contrabando e subtração de mercadorias do depósito da fiscalização federal no município, o maior da região central do Estado.
Os presos não tiveram os nomes divulgados. A reportagem apurou que são 10 os alvos, dos quais seis são servidores públicos. São eles um auditor, três analistas tributários e um servidor de nível médio da Receita Federal, além de um PM.
Foram oito prisões em Santa Maria, uma em Pelotas e uma em Chapecó (SC). A ação também envolve buscas e apreensões de mercadorias que ingressaram no Rio Grande do Sul pela Fronteira Oeste. Buscas foram executadas nos municípios de Santa Maria, Pelotas, Lajeado, Braga, Santo Augusto e Chapecó (SC).
Operação Entreposto
A ação contou com a participação de aproximadamente 90 policiais federais e 16 integrantes da Corregedoria da Receita Federal. Foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva, 15 de busca e apreensão e 12 medidas cautelares, além do sequestro de 22 imóveis e 24 veículos, bem como o bloqueio de contas bancárias dos investigados, com valor aproximado de R$ 37 milhões. Houve uma prisão em flagrante.
Segundo a apuração, servidores fraudavam registros de apreensão, de modo que apenas uma parte dos produtos apreendidos ingressasse de fato no depósito de mercadorias da Delegacia da Receita em Santa Maria.
A comercialização dessas mercadorias era realizada por um grupo que, segundo a PF, “repassava os valores das vendas aos agentes públicos mediante comissão”.
Foi identificada também a participação de um policial militar de Santa Catarina, lotado na inteligência do órgão, que além de auxiliar na operacionalização das abordagens a alvos potenciais, prestava apoio na venda e na destinação de produtos desviados.
Conforme o Delegado da Polícia Federal Leonardo Soeiro de Souza Nunes, de Santa Maria, a investigação começou ainda no final do ano passado. Já é possível afirmar que os valores frutos da comercialização das mercadorias desviadas ultrapassam os R$ 37 milhões.
Fonte: GZH