Um homem, de 38 anos, foi preso após a morte do sobrinho, de 5, no Noroeste gaúcho. Ele se apresentou a delegacia de Tenente Portela no final da manhã desta segunda-feira, dois dias após o caso. A criança foi morta por disparo acidental de arma de fogo, na Terra Indígena do Guarita, em Redentora.
O tio da vítima está preso preventivamente. Conforme o titular da DP de Tenente Portela, delegado Roberto Audino, ele se entregou voluntariamente, acompanhado de um advogado, sendo recolhido ao Presídio Estadual de Três Passos após prestar depoimento.
“Ele alega que o disparo foi acidental e diz que fugiu porque estava assustado”, afirma o delegado Roberto Audino.
A ocorrência foi registrada no sábado, na casa onde a criança morava com os pais, em Redentora. O suspeito havia passado a madrugada caçando em um matagal e, após retornar da empreitada, resolveu exibir aos familiares uma espingarda utilizada na ação.
O pai do menino teria pedido para que a arma não fosse manuseada ali, alertando o parente sobre riscos de disparo involuntário. Ocorre que o suspeito ignorou o aviso, sob a justificativa de que as munições já tinham sido utilizadas enquanto ele caçava, o que garantiria que a espingarda não estava carregada.
Em dado momento, enquanto o caçador fazia o manejo da arma, irrompeu um disparo. A criança foi atingida no tórax, e chegou a ser levada pelos pais ao Hospital Santo Antônio, em Tenente Portela, mas não resistiu e morreu no local.
O suspeito fugiu a pé e foi perseguido pelo pai da vítima. Ele acabou adentrando em uma área de mata para despistar o parente.
Tio responderá por homicídio doloso
Mesmo que a prisão do suspeito e o atendimento médico do menino tenham ocorrido em Tenente Portela, a DP de Redentora será responsável pela investigação. Isso porque o caso foi registrado no município, onde a vítima morava com a família.
O delegado Bruno Chaves Lima de Paula, que ouviu testemunhas após o fato, destaca que o suspeito vai responder por homicídio doloso. A razão é que, pouco antes do disparo acidental, já havia um alerta dos pais ao tio do menino sobre o perigo do manuseio da arma.
“O suspeito havia sido avisado sobre riscos de manejar a espingarda em ambiente familiar e perto de uma criança. Mesmo que o disparo tenha sido acidental, o fato dele já ter sido advertido nos permite reconhecer que ele assumiu o risco de produzir o resultado. Isso é dolo eventual”, explica o delegado Bruno Chaves.
Fonte: Correio do Povo