O bombeiro militar Gerson da Rosa Pereira, de 56 anos, pediu para não descrever a cena ao entrar na boate Kiss no dia do incêndio, em 27 de janeiro de 2013. Na época, ele era o chefe do Estado-Maior da corporação, cargo de subcomandante, e hoje é diretor do departamento administrativo dos Bombeiros.
O oficial presta depoimento no julgamento dos quatro réus pelo incêndio da casa noturna, em andamento há sete dias em Porto Alegre. Durante seu depoimento o bombeiro militar se emocionou muitas vezes, embargou a voz e fez pausas na hora de responder às perguntas do juiz Orlando Faccini Neto. Em um momento o juiz pediu para que Gerson descrevesse a cena que viu quando chegou ao banheiro da boate.
“Não tem como relatar doutor, é difícil, doutor. É uma imagem muito forte, até para o profissional de segurança é muito forte.”
No início dos depoimentos, o oficial perdeu a voz ao falar que seus filhos poderiam estar na festa. Na sequência, disse que começou a receber informações da sala de operações do Corpo de Bombeiros e resolveu ir até o local. “Quando disseram que era incêndio na boate Kiss, vi que não seria uma situação normal. Quando falaram que já havia 30 mortos, fiquei preocupado.”
No momento em que chegou à casa noturna, encontrou uma situação “total descontrole” dos órgãos de segurança que estavam no local. Ele lembra que, na época, o IGP (Instituto-Geral de Perícias), iria levar os corpos para Porto Alegre, que mudaram de ideia devido ao risco de pais e familiares pegarem estrada em situação de choque, Santa Maria fica a 289 km de distância da capital gaúcha.
Por esse motivo os corpos foram levados para o CDM (Centro Desportivo Municipal). No mesmo dia do ocorrido, a coordenação da operação passou do Corpo de Bombeiro para o Exército. A mudança foi pelo fato da vinda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para Santa Maria, explicou Pereira.
Fonte: Brasil notícias