Uma ação conjunta da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência com o Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) e a Polícia Federal (PF) resgatou nesta quinta-feira sete trabalhadores que vinham sendo mantidos em condições análogas à escravidão em duas propriedades rurais no interior de São Borja. Os resgatados estavam alojados em ambientes insalubres e participavam da aplicação de agrotóxicos em lavouras de arroz sem o uso de qualquer equipamento de proteção individual.
A fiscalização, realizada ao longo da quinta-feira, dia 3/2, visitou duas propriedades rurais e encontrou quatro trabalhadores em más condições em uma das granjas e três em outra. Todos os resgatados são homens adultos originários de cidades da região e estavam, em média, há dois meses nas propriedades. Além de estarem alojados em casebres insalubres, os trabalhadores nas duas fazendas faziam a aplicação de material agrotóxico sem uso de equipamentos de proteção, em situações em que tinham contato com o veneno direto na pele ou mesmo o aspiravam por falta de máscaras.
De acordo com o procurador do MPT-RS que acompanhou o caso, Hermano Martins Domingues, os resgatados relataram efeitos adversos constantes do contato com o veneno, incluindo tonturas e desmaios. Estiveram também presentes na ação os auditores-fiscais do trabalho Aline Dias de Oliveira Galvão e Jorge André Borges de Souza, da Gerência Regional do Trabalho de Uruguaiana, que abrange a região de São Borja, e o chefe da delegacia da Polícia Federal em São Borja, Marcio Alves Mathias. Um dos proprietários de uma das granjas chegou ao local no momento da inspeção e foi autuado em flagrante. Os homens serão agora encaminhados para a rede de acolhimento.
Rádio Guaíba