A pré-campanha do senador Luis Carlos Heinze (PP) ao Piratini tem enfrentado dificuldades em encontrar um marqueteiro. Após as conversas com Zeca Honorato, responsável pela função em 2018, na campanha que alçou Heinze ao Senado, não evoluírem e o profissional acertar com a pré-candidatura de Roberto Argenta (PSC), outro marqueteiro foi descartado. Marcelo Vitorino, que em duas décadas na área esteve à frente das campanhas de Gilberto Kassab à prefeitura de São Paulo em 2008 e de Marcelo Crivella à prefeitura do Rio de Janeiro, em 2016, além de trabalhar em campanhas presidenciais de José Serra e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, não encontrou um denominador comum com Heinze.
Embora não seja falado abertamente, o posicionamento do especialista em programas de rádio e televisão foi apontado internamente como um dos motivos. Em janeiro deste ano, participando do programa Morning Show, da Jovem Pan, Vitorino disse que “entre Lula e Bolsonaro, votaria em Lula” e “entre Moro e Bolsonaro, votaria no Bolsonaro”, questionado por participantes do programa. Em outras oportunidades, fez críticas ao governo federal. Procurado, o senador Heinze afirma que a definição do nome cabe à sua coordenação de campanha, mas enfatiza que o marqueteiro “tem que estar alinhado comigo e com o governo Bolsonaro”.
Na última semana, Vitorino, que também ministra cursos de marketing político, esteve em Porto Alegre para um encontro com pré-candidatos do PP, no Hotel Embaixador. Entre as agendas da semana, também houve uma reunião com a coordenação da pré-campanha de Heinze, onde, segundo o marqueteiro, houve a decisão “em comum acordo” para não continuar o trabalho. Conforme Vitorino, não houve um litígio. Ele enfatiza não ser “um militante e sim um comunicador profissional”, creditando a decisão a problemas de agenda e colocando-se à disposição de Heinze futuramente.
Conforme o coordenador da pré-campanha do progressista e ex-prefeito de Cotiporã, José Carlos Breda, será reavaliada a necessidade de um marqueteiro, considerado por ele um acréscimo ao trabalho que já vem sendo realizado pela Agência Euro, de Porto Alegre. “Queremos mostrar um pouco mais do nosso pré-candidato, que tem alternativas fora do convencional para o RS. Na nossa avaliação, isso ainda não está chegando ao eleitor”, afirma.
Fonte: Correio do povo