No último fim de semana, Alegrete viu surgir um novo meio milionário. Flavio Bernardes dos Santos, um trabalhador autônomo de 42 anos do ramo da construção civil, foi agraciado com o prêmio de R$ 500 mil ao comprar uma cartela do Tri Legal em uma bomboniere no centro da cidade.
Flavio, que é natural de Rosário do Sul, reside em Alegrete há mais de 32 anos e falou sobre essa reviravolta em sua vida.
O contemplado esteve na redação do PAT para compartilhar sua história. Com uma calma e simplicidade características de sua origem humilde, ele revelou que a família se mudou para Alegrete quando ele ainda era criança. Flavio é solteiro e recentemente perdeu a mãe, Eracilda Bernardes da Silva, há seis meses. “Sei que foi Deus ouvindo minhas orações, mas também acredito que possa ter sido minha mãe, mesmo que em outro plano, zelando por todos os filhos. Ela sempre orou e foi muito protetora de todos os filhos,” comentou.
Flavio tem o hábito de adquirir cartelas de várias premiações, como Tri Legal, Mega Sena e Loto Sena, há anos. No entanto, havia parado de comprar por cerca de um mês. No último sábado, ao passar em frente à bomboniere onde já havia comprado outras cartelas anteriormente, decidiu “arriscar” novamente. “Entrei no estabelecimento e disse para a atendente escolher uma cartela. Ao final, ela desejou sorte e eu respondi: que a sorte seja para nós. Depois, coloquei o bilhete no meio da Bíblia que fica no carro e não acompanhei pela televisão, mas ouvi na rádio Nativa FM, no programa de domingo com Giovane Moraes, Festival da Trinca, que o prêmio tinha saído para Alegrete. Na sequência, recebi a ligação do responsável informando que eu era o ganhador. Na hora, não sabia se gritava ou chorava de emoção. Estava sozinho em casa, mesmo assim, a felicidade foi muito grande, e a gratidão a Deus.”
Flavio destaca que esperava um dia melhorar sua condição financeira e adquirir uma casa própria. “Agora, a opção é investir em algo do ramo imobiliário,” citou. Ele ressaltou que, apesar do prêmio, continuará sendo a mesma pessoa humilde e trabalhadora. “Não altera em nada minha forma de pensar e agir, apenas vai realizar um sonho.”
Ele perdeu a mãe aos 83 anos, em decorrência de um AVC. “Sempre estive por perto cuidando e os últimos dias de vida dela foram de dedicação,” acrescenta. O trabalhador descreve que, quando criança, auxiliava os pais no trabalho rural. “Meu pai tinha uma chácara na localidade do Itapevi, onde minha mãe ficava com os filhos enquanto ele saía para trabalhar nas fazendas e estâncias, algumas na localidade do Querumana, como alambrador e outras lides campeiras. Até os seis anos, fiquei no interior, depois viemos para a cidade por causa da escola e desde então resido no bairro Promorar.”
Flavio trabalha como autônomo e cita: “não tem tempo ruim, mesmo com sol escaldante ou com temperaturas negativas, estou sempre honrando os compromissos.” Com o valor do prêmio, ele afirma que não vai deixar de ser a mesma pessoa humilde e trabalhadora. “Vou continuar jogando pois nunca é no tempo que desejamos, mas no tempo de Deus.”
O premiado é um exemplo de resiliência e fé, mostrando que, para ele, sorte é uma questão de persistência e crença em algo maior.
Fonte: Portal Alegrete Tudo