Uma reunião entre o governo do RS, representantes dos hospitais e o Ministério Público (MP) terminou com um acordo temporário para garantir o atendimento a pacientes do IPE Saúde, pelo menos nos próximos 30 dias. Neste prazo, o governo do estado deve encontrar uma solução para quitar ou minimizar a dívida de R$ 475 milhões com hospitais, laboratórios e clínicas.
“Vamos buscar nos próximos 30 dias o estudo de uma forma do pagamento do passivo há mais de 90 dias com esses hospitais. Vamos verificar outros ajustes que se fazem necessários no plano de saúde do nosso IPE. O importante é garantir o atendimento dos 992 mil beneficiários desse plano e a sustentabilidade do plano“, disse o governador Ranolfo Vieira Júnior após a reunião.
A dívida vencida do IPE com mais de 90 dias soma R$ 340 milhões. É sobre esse montante que, nos próximos 30 dias, vão ser discutidas formas de diminuir o tamanho dessa conta e estabelecer um cronograma de pagamento. A entidade que representa as Santas Casas e hospitais filantrópicos considera urgente a necessidade de achar uma solução.
“Nós temos que achar uma saída que contemple a continuidade da assistência, e a gente enxergou isso por parte do governo”, garante Ricardo Englert, presidente do Sindicato dos Hospitais Filantrópicos do RS.
“Vamos manter normalmente os atendimentos. Os prestadores se comprometeram durante os 30 dias a manter normalmente a assistência à saúde. Isso é fundamental para que a gente prossiga nas discussões”, diz Bruno Jatene, presidente do IPE Saúde.
A dívida aumenta a cada mês, e o que o IPE Saúde arrecada com as contribuições não cobre as despesas. Estima-se que o prejuízo seja de cerca de R$ 40 milhões por mês, em média. Os hospitais queriam que as novas tabelas com os valores reajustados de medicamentos, diárias e taxas fossem revogados, mas elas foram mantidas .
“As tabelas serão mantidas, sim. Não temos como voltar atrás nessas tabelas, existe um inquérito civil público sobre este tema, então não tem como retroceder nessas tabelas. Mas vamos buscar uma outra forma talvez de reajustar outra prestação de serviços que esteja defasada”, disse o governador.
Os hospitais apresentaram, então, outras alternativas.
“Vamos trabalhar nos próximos 30 dias, o governo procurando identificar as fontes de custeio para diminuir o passivo que tem para com os hospitais, e o segundo ponto é encontrar formas, através da remodelação das diárias e dessa taxa de logística, eventualmente outras situações, que possam manter a sustentabilidade econômico-financeira dos hospitais e do próprio plano do IPE Saúde”, avaliou Cláudio José Allgayer, presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul)
A partir de segunda (6), as equipes do governo e dos prestadores de serviço vão se reunir para avaliar as alternativas. A busca pela solução deve ser comandada pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos.
Fonte: G1RS
Foto: Josmar Leite/Agência RBS