Ao se salvar do paredão do Big Brother Brasil 2024, no domingo (10/03), Matteus Amaral, 27 anos, ganhou R$ 10 mil e chorou ao dizer que usaria a quantia para reformar a casa da sua avó. Moradora do município de Alegrete (RS), Neuza França já foi citada várias vezes pelo neto dentro da casa e está por trás de uma história de empreendedorismo por necessidade. No passado, ela ajudou a família a se sustentar em momentos de grande dificuldade financeira, preparando e vendendo pães caseiros.
Parte da trajetória da alegretense de 81 anos, conhecida como Vovó Neuza, foi contada pelo neto aos demais integrantes do reality show no início do programa. Matteus explicou que, quando criança, ajudava a avó a vender os pães artesanais no bairro onde moravam. O dinheiro obtido era usado para complementar a renda familiar.
A história da Vovó Neuza com os pães é ainda mais antiga e foi detalhada por ela em entrevista a PEGN. Segundo a empreendedora, há muitos anos, seus pais tinham um armazém onde vendiam doces. Por isso, ela aprendeu muito cedo com a mãe a cozinhar e passou a preparar pães, bolos e rapaduras para vender.
“Minha mãe fazia os doces para vender no armazém. Era eu quem mexia os ingredientes para ela e fui aprendendo”, explica. “Eu era pequena e ficava à beira do fogão, em cima de um caixotinho” , relembra a Vovó Neuza, que, mais tarde, também trabalhou como empregada doméstica.
Sobre a receita dos famosos pãezinhos, ela não faz mistério. “Toda vida eu usei ovos, leite, erva-doce, margarina… não coloco água!”, salienta.
Fonte de renda
A habilidade da Vovó Neuza com o preparo de pães foi fundamental para ajudar a filha, Luciane Amaral, 45 anos, no momento em que ela mais precisava. Luciane foi mãe solo aos 17 anos. Ela conta que o dinheiro da venda dos pãezinhos foi o sustento da casa durante a sua gravidez e a infância de Matteus.
“O pai do Matteus me deixou, e quem segurou as pontas foi a minha mãe. Até os quatro anos de idade do meu filho, nós nos sustentamos por causa dessas vendas. Minha mãe vendia o pão para a gente comer um pedaço de carne”, afirma Luciane, que também ajudava a levar os pães de porta em porta para os clientes.
Com o tempo, a Vovó Neuza diminuiu a produção dos pães devido às dores que sente em um dos braços. Mas, por causa da repercussão do programa, conta que tem recebido pedidos. No mês passado, ela preparou uma fornada especial para ser vendida na noite do paredão em que o neto participava. Matteus foi o menos votado para sair da casa, e a avó vendeu dezenas de pães no centro cultural da cidade, com valores a partir de R$ 10.
As encomendas continuam chegando e até mesmo uma padaria local fez uma proposta para ampliar a produção. A possibilidade ainda está sendo analisada. Por enquanto, além de fazer os pãezinhos, a missão da Vovó Neuza é permanecer na torcida pelo neto que ajudou a criar e que lhe faz companhia até hoje, em sua casa. “Tenho muito orgulho, todo o esforço valeu a pena!”
Fonte: Tchê alegrete
