O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ficará calado em depoimento marcado pela Polícia Federal (PF) para a próxima quinta-feira (22) e pediu para ser dispensado de ir ao local.
Bolsonaro foi intimado pela PF para depor no inquérito que investiga que apura tramas golpistas envolvendo membros do governo e militares. Como investigado, ele tem direito a ficar em silêncio.
Na segunda-feira (19), os advogados do ex-presidente pediram o adiamento do depoimento afirmando não terem tido acesso à íntegra dos autos da investigação.
Moraes, no entanto, negou o pedido. O ministro afirmou que a defesa do ex-presidente já teve total acesso ao material das investigações que pode ser disponibilizado aos investigados nessa fase do inquérito. E, portanto, não há impedimento para a realização do depoimento.
Na nova petição apresentada nesta terça-feira (20), os advogados afirmaram ao Supremo que ainda não tiveram acesso a elementos das investigações que são fundamentais para a defesa, como a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e relatório sobre celulares apreendidos.
“Contudo, o acesso a tais elementos não foi concedido, razão pela qual a defesa entende que não foi concedido acesso integral, impossibilitando o exercício pleno da ampla defesa”, escreveram os advogados.
Os advogados disseram ainda que Bolsonaro quer coloborar com as investigações. “Inicialmente, cumpre-nos elucidar que, em momento algum, o Peticionário intentou em decidir pela possibilidade ou não da realização da oitiva, tampouco pretendia escolher data e horário específicos. Muito pelo contrário. A petição foi clara em assegurar a genuína intenção do Peticionário em colaborar com as investigações em curso, bem como em prestar seu depoimento – inclusive como forma de provar sua inocência”.
Fonte: G1