O presidente Jair Bolsonaro (PL) exonerou o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, que em novembro virou réu por improbidade administrativa acusado de pedir votos irregularmente para Bolsonaro durante a disputa presidencial.
Silvinei também é investigado por causa das barreiras que a PRF montou em rodovias no segundo turno para abordar ônibus com eleitores, descumprindo ordens do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e pela suspeita de omissão diante dos bloqueios ilegais feitos por bolsonaristas radicais que não aceitaram o resultado da votação.
A exoneração de Silvinei do cargo de diretor-geral da PRF foi publicada na edição desta terça-feira (20) do Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
O Ministério Público Federal (MPF), que pedia o afastamento de Silvinei, argumenta que ele usou o cargo indevidamente e aponta situações durante a campanha eleitoral em que, no entendimento dos procuradores, o diretor pediu votos irregularmente para o presidente.
No mês passado, o agora ex-diretor da PRF prestou depoimento à Polícia Federal e negou ter agido com motivação política.
Substituto temporário
Em nota, a PRF informou que o diretor-executivo Marco Antônio Territo de Barros chefiará a instituição até a definição pelo governo do novo diretor-geral da PRF.
“O órgão aguarda a indicação do novo diretor-geral pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, seguindo o seu Planejamento Estratégico e as suas atribuições, por meio dos quais garante o trânsito seguro e a livre mobilidade nas rodovias federais”, diz trecho do documento.
Improbidade
O juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou no final de novembro uma ação movida pelo MPF contra Silvinei Vasques. Com isso, ele se tornou réu por improbidade administrativa.
Em nota na ocasião, a PRF disse que “acompanhava com naturalidade a determinação de citação” de Vasques.
Além disso, um inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) investiga blitze da PRF no dia do segundo turno da eleição: contrariando determinação da Justiça, agentes pararam ônibus que faziam transporte gratuito de eleitores. A corporação alega que fiscalizou questões técnicas dos veículos, como condições de pneus.
A conduta de Silvinei é alvo de investigação diante dos bloqueios ilegais de rodovias, promovidos por apoiadores de Bolsonaro depois que ele perdeu a eleição. O MPF aponta que há indício de omissão da PRF por motivos políticos.
Fonte: G1.