Condenado, em março deste ano, a 31 anos e oito meses de prisão pela morte do filho de 11 anos, Leandro Boldrini passou a cumprir a pena no regime semiaberto em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Trata-se do mesmo município em que estão enterrados os corpos do menino Bernardo Uglione Boldrini e da mãe dele, Odilaine Uglione.
Na segunda-feira (11), o processo foi redistribuído da 1ª Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre para a Vara de Execução Criminal Regional de Santa Maria. Com a mudança de endereço, o novo órgão será responsável por dar sequência ao cumprimento das condições fixadas.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul informou que a autorização para que o médico more na cidade, a cerca de 300 km de Três Passos, onde ocorreu o crime, foi concedida atendendo a um pedido da defesa. O advogado Ezequiel Vetoretti disse ao g1 que “é uma questão pessoal dele [Boldrini]” e que não comentará o assunto.
Leandro Boldrini obteve progressão de regime em julho. Com isso, passou a cumprir a pena no semiaberto. Ele foi beneficiado pelo uso de tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional.
“Se não há vagas suficientes no regime semiaberto para o cumprimento da pena, o Judiciário não pode permanecer inerte. Além de cobrar do Executivo o cumprimento da lei, o magistrado deve ajustar a execução da pena ao espaço e vagas disponíveis”, sustentou a juíza Sonáli da Cruz Zluhan na decisão.
Entre as determinações previstas para Leandro Boldrini estão o não afastamento de casa no período compreendido entre 20h e 6h; informação antecipada à Susepe dos dias de saídas temporárias; atendimento aos responsáveis pelo monitoramento eletrônico e contato imediato em caso de defeito ou falha no equipamento.
O Ministério Público ingressou com recurso no Tribunal de Justiça contra a progressão de regime de Leandro Boldrini. A matéria está em tramitação e ainda não foi julgada.
Relembre o caso
O menino Bernardo foi morto em abril de 2014, aos 11 anos, após receber uma superdosagem de sedativo. Além de Leandro Boldrini, foram condenados pelo crime a madrasta do menino, uma amiga dela e o irmão da amiga. Todos foram condenados por homicídio em 2019. No entanto, a sentença de Leandro, considerado mentor do assassinato pelo Ministério Público, foi anulada pelo Tribunal de Justiça em 2021.
Em março deste ano, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Preso desde 2014, ele atingiu o requisito de tempo previsto para passar do regime fechado para o semiaberto. Ele cumpriu dois quintos da pena, por isso, alcançou o direito à progressão, já que trabalhou desde o início. Boldrini atuava na cozinha do presídio em que estava.
Fonte: G1RS