Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues chorou, durante interrogatório nesta quinta-feira (4), ao relembrar o momento em que viu o filho morto. Ela e a então companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa, respondem pelo assassinato do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de sete anos, em julho de 2021 em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
Yasmin só respondeu a perguntas feitas pela sua defesa, sem atender o juiz e o Ministério Público. Bruna aceitou responder a perguntas de todas as partes, menos as da defesa de Yasmin.No início de sua fala, a ré contou detalhes de sua história de vida. A mãe afirmou que sua então companheira, Bruna, teria trancado Miguel no guarda-roupas.
“Eu sou um monstro. Na verdade, eu sou muito monstro. Porque, se eu estou aqui hoje, é porque eu errei pra caramba. Se eu tô aqui, tá todo mundo aqui, é porque eu fui péssima como mãe, como ser humano. Mas eu jamais imaginei que que ela pudesse fazer isso”, disse.
‘Botei ele lá e levei até o rio’
Aos prantos, a ré ainda relatou como foi o momento em que levou o filho morto para jogá-lo no Rio Tramandaí“Eu vi a Bruna embaixo da mesa sentada tipo em posição fetal. Eu olhei pra ela e eu perguntei: ‘cadê o Miguel?’ Eu saí correndo para dentro do quarto do banheiro. Eu vi o Miguel deitado. Ele tava todo gelado, todo roxo. Eu mostrei para ela e eu perguntei o que tinha acontecido e ela falou que ele estava morto. O Miguel estava roxo e duro. Como que eu ia ir pra algum lugar e dizer que eu não matei, que eu só dei fluoxetina pro meu filho e que ele morreu com fluoxetina, que era um remédio que ele nunca tinha tomado?”, declarou a ré.
“Então, eu peguei ele no colo. Ele não estava vestido adequado, estava frio. Eu vesti um casaco bem quentinho, botei uma calça quente. Ela levantou e veio com a mala e falou que a gente tinha que a gente tinha que fazer alguma coisa… Ele estava quentinho. Ele estava um agasalhado. Aí eu peguei e botei. Eu botei ele lá. Eu botei ele e levei até o rio“, disse, chorando.
Yasmin disse que sentiu mágoa quando o filho manifestou que não queria ser mais abraçado por ela e que, a partir de então, pediu para que a avó materna cuidasse do menino.
Segundo a defesa, Yasmin bateu em Miguel e deu o remédio para o menino no dia da morte. Ao ser questionada pela defesa se merecia ser condenada, Yasmin respondeu: “óbvio”.
Fonte: G1 RS
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