Após 36 dias de pedaladas ininterruptas, Carlos Samojeden e Jorge Psidonik, dois intrépidos ciclistas de Erechim, completaram uma jornada extraordinária até o Peru. Partindo de Erechim em 26 de agosto, eles percorreram mais de 3.600 quilômetros, enfrentando desafios físicos e emocionais ao longo do caminho, longe dos familiares.
Para Jorge Psidonik, a experiência foi transcendental. “A principal notícia, segundo o aventureiro Jorge Psidonik, é que estamos vivos, apenas com alguns quilos a menos, mas com muita experiência e aventura na bagagem para partilhar aqui com vocês”, disse ele. Ele expressou sua gratidão à imprensa, especialmente à Rádio Cultura e ao Jornal Boa Vista, por acompanharem diariamente sua jornada. “Foi algo fantástico e que fez com que a viagem assumisse uma outra dimensão. Nós tínhamos a dimensão individual, nossa, de cada um, aquela viagem que o indivíduo faz, mas com o acompanhamento diário da imprensa, ela foi ganhando uma outra dimensão. Foi envolvendo muita gente que, cada um do seu jeito, pôde viajar conosco também”, compartilhou Psidonik, destacando como as mensagens de apoio eram seu combustível nos momentos mais difíceis.
Carlos Samojeden, seu compadre e companheiro de viagem, refletiu sobre a importância da parceria. Ele relembrou um dia particularmente desafiador e como a presença de Jorge o ajudou a superar suas incertezas. “Dividir as próprias coisas bonitas da viagem, mas também as partes ruins, difíceis, assim, é essencial para uma aventura dessas”, afirmou Samojeden.
Quando questionados sobre os medos e as inseguranças que enfrentaram ao longo da jornada, Psidonik explicou que, embora no início houvesse preocupações, esses sentimentos diminuíram com o tempo. “Em uma viagem como essa, medo é uma coisa que a gente vai aprendendo a não ter. Porque se tu tiver medo, você nem sai para uma viagem dessas”, disse ele com determinação.
Samojeden também compartilhou um episódio assustador durante uma tempestade na Argentina, enfatizando como a vulnerabilidade diante de muitos raios. “O ciclista é vulnerável”, afirmou ele.
No entanto, apesar dos desafios, Psidonik e Samojeden concordaram que os momentos mais marcantes não foram apenas na chegada em Cusco, mas durante todo o trajeto. “A viagem de bicicleta é diferente de toda forma de viagem. Porque, primeiro, que a cada dia você ganha uma prova. Você tem uma conquista diária. E aí você conquista cidade a cidade, de carro, de avião, você não vê nada disso. E não é uma corrida que você ganha de alguém. Você ganha de você mesmo”, expressou Psidonik, evidenciando como cada dia trouxe consigo novas descobertas e emoções.
Em resumo, essa jornada não foi apenas uma viagem de bicicleta; foi uma odisseia repleta de superação, amizade e enriquecimento cultural. Através de seus relatos, Carlos Samojeden e Jorge Psidonik inspiraram não apenas aqueles que seguiram sua jornada, mas também todos nós, mostrando que a coragem, a determinação e a amizade podem nos levar a lugares inimagináveis.
Fonte: Jornal Boa Vista