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Delegada que denunciou ex-marido PM relata rotina de agressões e estupros em mensagens

Em conversas que aconteceram entre 2021 e 2022, a delegada carioca Juliana Domingues relata a uma amiga que está sendo vítima de agressões constantes em sua própria casa, praticadas por seu então marido, o tenente-coronel da Polícia Militar, Carlos Eduardo Almeida Alves Oliveira da Costa.

Entre as mensagens trocadas, segundo apuração do g1, há menções a estupros sofridos por Juliana. Em uma delas, de 26 de novembro de 2021, a delegada envia uma foto mostrando uma marca de agressão e, em seguida, escreve: “Amiga, cada dia piora”.

Em 2022, a delegada conta que conversou com o filho sobre as agressões que estava sofrendo e, em seguida, desabafa: “Amiga, eu tô sendo estuprada direto. Eu tô um caco humano”.

Agressões

As agressões do tenente-coronel, coordenador do Departamento de Segurança Institucional do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro e Espírito Santo), começaram em 2021, logo após o casamento, conforme revelado pelo programa Fantástico, da Globo, no domingo (1º).

Costa enfrenta acusações na Justiça por estupro, injúria e violência psicológica contra a ex-esposa. A Corregedoria Interna da Polícia Militar investiga o caso e acompanha o andamento do processo judicial, que está em segredo de Justiça.

A delegada Juliana relatou ter sido espancada com um cinto e estuprada pelo marido. Ela também afirmou que o tenente-coronel frequentemente fazia piadas depreciativas sobre a sua posição como titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).

“Ele falava para mim: “Você está vendo? Eu bato na delegada da Deam. E o que você vai fazer? Você vai fazer o quê? Você é uma reles delegada de Interior e eu trabalho com diversos desembargadores. Você acha o quê? A sua palavra contra mim é o quê?”, lembra Juliana.

No dia 9 de agosto, a reportagem fez o primeiro contato com Costa, que ouviu o pedido de entrevista, mencionou que consultaria o seu advogado e não retornou. Na última sexta-feira (30), a equipe tentou novamente contatá-lo, insistindo também no sábado (31), mas não obteve resposta.

“Na época dos fatos, eu era delegada de Delegacia de Atendimento à Mulher. Eu já fui delegada de três unidades de Deams. Na época, eu era uma delegada de Deam. Então, isso me fez pensar muito. Antes, eu tinha vergonha, por que como que isso foi acontecer comigo? Eu sou uma delegada de polícia. Eu trabalho com isso e tudo isso aconteceu comigo”, conta a policial.

Fonte:GZH

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