O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) encaminhou, na segunda-feira 9, um ofício ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, solicitando esclarecimentos sobre a detenção de 1,2 mil pessoas em Brasília.
Segundo o parlamentar, o objetivo é responsabilizar aqueles que contribuíram para os atos de vandalismo registrados no domingo 8. “As pessoas que estavam no acampamento e estão detidas na Academia da PF não têm nenhuma participação nos ataques aos prédios públicos”, afirmou Sanderson. “Até porque, se tivessem, provavelmente não teriam permanecido no acampamento e aguardado a chegada da Polícia Militar do Distrito Federal.”
O Instituto Nacional de Advocacia (Inad) protocolou, no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e no Ministério dos Direitos Humanos, ofícios em que aponta ilegalidades na detenção de 1,2 mil pessoas no ginásio da Academia da PF em Brasília. O grupo de advogados propôs uma ação judicial para garantir a soltura imediata dos manifestantes, especialmente idosos, crianças e doentes.
“Acreditamos ser mais importante chamar a atenção para a gritante violação dos direitos humanos durante este cárcere, considerando o surgimento de notícias de que os manifestantes presos estão sem comida, água e ambiente adequado para dormirem, tendo todos eles sido amontoados num dos prédios da Polícia Federal que não possui estrutura para o acolhimento de tantas pessoas”, argumenta o Inad. “Pior, até crianças foram criminosamente detidas, fato esse que gerará um trauma sem precedentes na vida desses jovens.”
Mais tarde, a PF liberou aproximadamente 600 manifestantes. Idosos com mais de 65 anos de idade, mulheres com filhos pequenos e pessoas com comorbidades graves estão entre as pessoas libertadas. Elas foram interrogadas pela PF e tiveram os celulares periciados antes de ser liberadas. Aqueles que não fazem parte do grupo de idosos e do grupo com comorbidades estão sendo levados para o Instituto Médico Legal. Posteriormente, os homens serão conduzidos à Papuda e as mulheres, à Colmeia.
No Ponto mostrou que 700 pessoas ainda estão detidas. A maioria estava acampada em frente ao quartel-general do Exército havia dois meses e foi retirada do local ontem.
Fonte:Revista Oeste