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sábado, novembro 23, 2024
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Familiares relatam que policiais militares Santiaguens estão enfrentando problemas psicológicos após os mesmos descobrirem sobre transferência

Duas situações bastante delicadas chegaram até nossa reportagem. Uma delas dá conta que na tarde de ontem (03/02), um policial militar santiaguense precisou ser levado às pressas do 5º RPMon até o Grupo Hospitalar Santiago, após o mesmo apresentar crise de pânico.

O fato veio à tona através de uma denúncia anônima feita por um familiar, ao comunicador Iuri Guasso, em uma ligação telefônica. Minutos após relatar sobre o fato nesta quinta-feira (04/02), em seu programa, a esposa de um outro policial militar, que também pediu para não ser identificada, entrou em contato através do whatsapp da rádio Nova 99 e deu detalhes sobre a situação do seu esposo.

Na mensagem de texto (foto), a cônjuge relata o que vem enfrentando diariamente com o esposo. Conforme ela, o marido é “mais uma vitima do terrorismo ao qual a Brigada Militar está submetendo nossas famílias”.

Ainda segundo o relato, estaria ocorrendo uma espécie de pressão interna para que os policiais escolham municípios para serem transferidos, sem consentimento.

“Desde o início da semana o comando está pressionando o meu esposo e os colegas dele para que escolham cidades para serem transferidos.” escreveu ela.

Em outra parte da mensagem, ela comenta não saber mais o que fazer e teme que algo mais grave aconteça.

“Eu não sei mais o que eu faço para acalmar meu esposo , ele não dorme, não se alimenta . Mexe na arma . Sai para fora de casa durante a noite e quando vou ver onde ele está, encontro ele acordado olhando pro nada . A única coisa que me resta é procurar ajuda psicológica e rezar para que ele não faça uma loucura…” relatou.

A esposa relata também que o policial começou a apresentar tal comportamento após descobrir sobre as transferências.

“Isso começou a acontecer depois que ele descobriu sobre essas transferências.”

Na sequência a cônjuge comenta que, segundo ela, a instituição (Brigada Militar) não estaria dando suporte aos policiais e que só o tratamento psicológico estaria amenizando os transtornos.

“A única coisa que me resta é procurar ajuda psicológica e rezar para que ele não faça uma loucura , por que nem suporte a instituição está dando para eles, tratando eles e consequentemente nossas famílias com o total desrespeito.” escreveu.

CONFIRA A MENSAGEM COMPLETA ABAIXO:

“Boa tarde Iuri ! Aqui quem está falando é a esposa de um policial militar do 5 RPMon. O melhor seria nominar meu esposo como mais uma VÍTIMA do terrorismo ao qual a Brigada Militar está submetendo nossas famílias . Desde o início da semana o comando está pressionando o meu esposo e os colegas dele para que escolham cidades para serem transferidos . Eu não sei mais o que eu faço para acalmar meu esposo , ele não dorme, não se alimenta . Mexe na arma . Sai para fora de casa durante a noite e quando vou ver onde ele está, encontro ele acordado olhando pro nada. Isso começou a acontecer depois que ele descobriu sobre essas transferências. A única coisa que me resta é procurar ajuda psicológica e rezar para que ele não faça uma loucura , por que nem suporte a instituição está dando para eles, tratando eles e consequentemente nossas famílias com o total desrespeito. Todos temos filhos pequenos e não temos como sair de Santiago com as crianças que já são matriculadas em escolas . Ontem, mandaram ele e os colegas escolherem uma cidade para serem transferidos bem como vc falou na rádio agora do policial que passou mal, é o que tememos em nossas famílias ,e que Deus nos livre de até acontecer algo pior , mais do que nunca precisamos do apoio de toda nossa comunidade para que isso não venha ocorrer ,muito obrigado e me desculpa o desabafo!!😔”

SUICÍDIOS NA BM E ADOECIMENTOS MENTAIS NA CORPORAÇÃO JÁ FORAM ASSUNTOS DE AUDIÊNCIA PÚBLICA EM 2021

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos do Estado promoveu audiência pública, em 14 de abril do ano passado, para discutir o alto índice de suicídios e transtornos psicológicos entre os membros da Brigada Militar. O assunto entrou em discussão por proposição do deputado Capitão Macedo (PSL).

Na época, o adoecimento mental dos policiais, além do estresse natural da profissão, foi atribuído pelos dirigentes de classe ouvidos na audiência ao forte desgaste emocional provocado pelo desmonte do plano de carreira desses servidores públicos.

Conforme Capitão Macedo, o Guia de Orientação de Prevenção ao Suicídio para os Comandos apontou na data da audiência, índice duas vezes superior entre os militares e a população civil do RS. Referiu dados do Jornal do Comércio de 28 de agosto de 2019, informando que 50 brigadianos cometeram suicídio nos últimos anos, uma média de cinco por ano. O jornal Zero Hora, em setembro de 2019, relatou que entre 2015 e 2018 foram 17 suicídios.

 

Fonte e foto: GNI – Grupo de Notícias Integradas

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