Familiares de vítimas da tragédia na boate Kiss deixaram o plenário do Foro Central I, onde ocorre o julgamento dos réus pelo incêndio, durante o depoimento do ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer, nesta quarta-feira (8). A mãe de um dos mortos na tragédia passou mal e precisou de atendimento médico.
“Nos causou náuseas”, afirmou o presidente da Associação de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Kiss, Flávio Silva. Ele criticou declarações de Schirmer, que afirmou não ter responsabilidade pela tragédia.
Ao juiz Orlando Faccini Neto, o político, atual secretário de Planejamento de Porto Alegre, disse que governava uma “cidade traumatizada” após a tragédia. Arrolado pela defesa do réu Elissandro Spohr, ele é o primeiro a ser ouvido nesta quarta.
“É uma atitude que revolta a gente. Um prefeito que resolve querer fazer graça em pleno interrogatório eu acho o cúmulo. Ele deveria ter tomado algumas atitudes como gestor quando ocorreu a tragédia e isso ele não tomou. Então, agora, não adianta ele ficar aí com esse blá, blá, blá. Ele veio apenas para se promover politicamente e isso a gente não aceita”, disse Flávio Silva.
Ele chegou a ser indiciado no inquérito policial decorrente da tragédia, mas não foi denunciado pelo Ministério Público. Ao juiz Orlando Faccini Neto, afirmou que a investigação policial foi “medíocre e espetaculosa”.
“O inquérito não tinha nenhuma coerência. Polícia indiciou o chefe da fiscalização e não indiciou a secretária da Fazenda. Era notória a má vontade da polícia”, disse. Já as famílias das vítimas criticam o fato de Schirmer e outros entes públicos envolvidos na liberação da boate para funcionamento não constarem no rol de réus pelo caso.
Fonte: G1RS
Foto: Janaína Lopes/g1