Apaixonado por música, Lorenzo Fim Delevati, de 8 anos, não deixou que a perda da visão o impedisse de realizar um sonho: aprender a tocar gaita. Nascido prematuro com o gêmeo Vicente, o menino sofreu uma hemorragia quando bebê e teve complicações como cegueira e redução de movimentos do lado direito do corpo.
“Eu me imagino na música no futuro, porque eu amo música”, diz Lorenzo.
Apesar das dificuldades, Lorenzo, motivado pelo desejo de um dia ser músico, passou a integrar o projeto Fábrica de Gaiteiros, em Santiago, na Região Central do RS. Em dezembro, ele recebeu de presente uma gaita com teclas em braile.
A mãe do menino, Micheli Fim Delevati, comenta que sempre buscou deixar claro para o filho que ele tem lugar na sociedade.
“A gente nunca escondeu o Lorenzo por ele ter deficiência visual e dificuldade motora. A gente sempre foi em busca de atendimentos, o que até hoje ele tem”, afirma.
A criança iniciou as aulas usando uma gaita com teclas lisas, mas com a de braile, que recebeu do projeto social, foi possível se aprofundar nas harmonias.
“Como ele está aprendendo a linguagem braile, este presente veio a somar. E foi uma motivação pela sua evolução. Ele se sente importante e fica feliz com os elogios”, conta a mãe.
Fábrica de Gaiteiros
Idealizado pelo músico Renato Borghetti, o projeto Fábrica de Gaiteiros integra crianças e adolescente entre 7 e 15 anos. As unidades estão distribuídas pelo RS, Santa Catarina e Uruguai.
A professora de música Indiara Gomes, para quem a diversidade é um aspecto importante, salienta a relevância de “independente das limitações, haver inclusão e inserir todos na nossa sociedade e também no nosso projeto”.
Para Borghetti, “com dedicação, com estudo, aqueles que têm dificuldade e teoricamente não tocariam o instrumento acabam até se saindo melhor do que os que têm o dito dom da música”.
“Eu tenho certeza que o Lorenzo vai ser um baita gaiteiro e músico”, prevê Borghettinho.
Fonte: G1RS