A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou na terça-feira (28) que o governo de Javier Milei vai reforçar os controles na fronteira com o Brasil, expandindo as medidas que já foram anunciadas para a divisa com a Bolívia. A declaração, dada à rádio argentina Mitre, ocorre em meio a uma polêmica no país sobre o endurecimento da fiscalização migratória e o combate ao contrabando e tráfico de drogas.
“Além da Bolívia, planejamos expandir essa política para outros pontos de fronteira. Agora, vamos para a fronteira em Misiones com o Brasil, que é uma fronteira onde se entra no país a pé em muitos lugares, e onde tivemos assassinos e problemas”, afirmou Bullrich.
A iniciativa segue a linha do “Plano Güemes”, lançado pelo governo Milei em dezembro para fortalecer a segurança nas fronteiras do norte da Argentina. A primeira medida foi anunciada na última semana, quando a cidade de Águas Blancas, na província de Salta, confirmou a construção de uma cerca de 200 metros na fronteira com a Bolívia, em parceria com o governo federal.
A decisão de ampliar as barreiras fronteiriças ocorre no mesmo momento em que Donald Trump endurece sua política de imigração nos Estados Unidos, com novas sanções a países que não aceitam deportações e reforço de restrições na fronteira com o México. Milei tem demonstrado alinhamento com Trump e frequentemente cita suas políticas como referência.
Embate com a Bolívia
A barreira na divisa com a Bolívia tem 2,5 metros de altura e será instalada entre a aduana argentina e um terminal de ônibus, antes do acesso ao rio Bermejo, que separa os dois países. O objetivo, segundo o governo, é impedir travessias ilegais e conter o contrabando de mercadorias.
“Foi solicitada a construção de uma cerca linear para evitar que as pessoas cheguem à cidade sem passar pela migração”, explicou Adrián Zigarán, interventor de Águas Blancas.
A medida provocou críticas do governo boliviano, que manifestou preocupação com possíveis impactos diplomáticos. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia afirmou que “qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”.
Além das questões migratórias, o governo Milei argumenta que o controle da fronteira é fundamental para combater o tráfico de drogas. O Ministério da Segurança argentino classifica o rio Bermejo como parte da “Rota da Droga”, mas também reconhece que a travessia é amplamente utilizada por argentinos que compram produtos mais baratos na Bolívia e os levam para revenda no país.
“Passam ares-condicionados, geladeiras de duas portas, eletrodomésticos de última geração, como 10 viagens por dia. A verdade é que estão rompendo o tecido comercial de Orán e do norte argentino com esse descontrole de importação de mercadoria ilegal”, disse Zigarán.
A medida provocou críticas do governo boliviano, que manifestou preocupação com possíveis impactos diplomáticos. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia afirmou que “qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”.
Além das questões migratórias, o governo Milei argumenta que o controle da fronteira é fundamental para combater o tráfico de drogas. O Ministério da Segurança argentino classifica o rio Bermejo como parte da “Rota da Droga”, mas também reconhece que a travessia é amplamente utilizada por argentinos que compram produtos mais baratos na Bolívia e os levam para revenda no país.
“Passam ares-condicionados, geladeiras de duas portas, eletrodomésticos de última geração, como 10 viagens por dia. A verdade é que estão rompendo o tecido comercial de Orán e do norte argentino com esse descontrole de importação de mercadoria ilegal”, disse Zigarán.