Um policial militar ao se defender de uma ataque, matou quatro homens dentro de uma pizzaria na zona norte de Porto Alegre por volta das 5h deste domingo. O PM se apresentou na Delegacia de Pronto-Atendimento (DPPA) com a arma, prestou depoimento e afirmou que agiu em legítima defesa. A cena foi flagrada por uma câmera de vigilância da pizzaria, localizada na Avenida Manoel Elias, a uma quadra do cruzamento com a Avenida Protásio Alves, no bairro Mario Quintana.
De acordo com levantamento preliminar do Departamento de Homicídios, as imagens corroboram a versão do PM. No depoimento, o policial contou que ele passou por uma festa em uma residência próxima ao local do crime procurando sua ex-namorada, quando quatro homens e duas mulheres saem da casa onde estava acontecendo o evento e passam a atacá-lo. O grupo, segundo seu relato, corre atrás dele e ele se refugia na pizzaria. As imagens mostram o PM tentando se esconder dentro do estabelecimento. Também segundo o policial, ele avisou os demais que estava armado.
— Temos as imagens que mostram que ele tentou evitar, se escondeu e usou um armário ou uma porta para se proteger. Tiraram essa proteção e foram para cima dele, seis pessoas. Até aí, nos parece que foi legítima defesa. O policial se apresentou na delegacia espontaneamente e, a princípio, não vai ser preso. Vamos averiguar todas as circunstâncias e aprofundar as investigações para ver se ele não tinha outra alternativa. Nos parece que ele tentou evitar o confronto. Pelo vídeo, corria até o risco de as pessoas tirarem a arma dele e ele ser morto — afirma a diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, delegada Vanessa Pitrez.
A polícia vai esclarecer o motivo pelo qual o grupo atacou o policial e se o PM tinha alguma relação com as vítimas. As duas mulheres não se feriram pois recuaram quando o policial começou a disparar. O caso foi registrado como quádruplo homicídio e a principal linha de investigação, até o momento, é a de legítima defesa. O caso ficará a cargo da 5ª Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) esteve no local recolhendo os corpos no começo da manhã. As vítimas ainda não foram identificadas.
O autor dos disparos integra o 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM). O comandante-geral da BM, coronel Vanius Santarosa, afirma que irá acompanhar a investigação da Polícia Civil e abrir um Inquérito Policial Militar (IPM):
— Avaliando todas as imagens, o entendimento inicial é que ele agiu em legítima defesa, mas vamos apurar as circunstâncias de como e por que aconteceu. Iremos aguardar a conclusão do inquérito civil e do nosso inquérito e, no final desses procedimentos, faremos o que manda a lei.
Fonte: Gaucha ZH
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