A Polícia Civil repudiou a soltura de dois criminosos, capturados pela Brigada Militar na noite desta quinta-feira, transportando seis pistolas e um revolver calibre 38 em um Chevrolet Prisma, no bairro Vila João Pessoa, na localidade do Campo da Tuca, zona Leste de Porto Alegre. Contatada por Rádio Guaíba, a corporação garantiu ainda que vai adotar medidas para evitar que decisões semelhantes se repitam.
“É uma decisão contrária ao pensamento de todos os delegados do Rio Grande do Sul. Estamos tomando providências, do ponto de vista administrativo, para que essas coisas não mais ocorram”, declarou o diretor da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, delegado Cléber dos Santos Lima.
Conforme soldados do 1° Batalhão de Polícia Militar, a dupla foi solta na mesma noite da captura, por decisão do delegado José Marcos Falcão de Melo. O plantonista da 2ª Delegacia de Polícia da capital, alegam os militares, teria se recusado a lavrar o flagrante por entender que o armamento foi encontrado casualmente dentro do carro dos detidos – não ficando caracterizado o crime de porte ilegal de arma.
À reportagem, Falcão confirmou a soltura dos suspeitos, afirmando que a decisão foi tomada com base em dúvidas sobre a materialidade do flagrante. O policial também declarou que uma possível prisão dos homens poderia ser interpretada como abuso de autoridade.
“Minha prestação de contas é com a comunidade e com o Judiciário. A decisão é técnica e jurídica, não posso ser leviano de configurar um flagrante se não houver autoria e materialidade. Uma vez que havia dúvidas da materialidade, eu não poderia lavrar uma prisão dessa maneira, sob risco de incorrer em ao menos três crimes de abuso de autoridade”, enfatizou o delegado.
Quem são os criminosos soltos
Conforme apuração de Rádio Guaíba, os homens beneficiados pela decisão de soltura são Bruno Ferreira dos Santos e Jeferson Flores Barboza. Ao serem capturados pela BM, a dupla transportava, além das sete armas, mais 19 carregadores e 320 munições.
Bruno utiliza uma tornozeleira eletrônica e tem antecedentes por roubo a estabelecimento comercial e a pedestres, além de responder por tráfico de drogas, receptação e porte ilegal de arma de fogo. Jeferson também possui registros por receptação, somado a crimes de furto e ameaças.
Ainda segundo informações da reportagem, ambos são integrantes de uma facção atuante na Tuca.
Fonte: Rádio Guaíba.