Com mais de 8,4 mil registros no primeiro semestre, segundo dados da Secretária da Segurança Pública (SSP), Porto Alegre foi a cidade gaúcha com maior número estelionatos. Ainda conforme o levantamento, nesses primeiros seis meses, o estado registrou média diária de 236 ocorrências, superando a marca de 42 mil. Mesmo com a redução de quase 12%, em relação ao mesmo período do ano passado, os golpes já fazem parte da fonte de renda dos criminosos, aponta a Polícia Civil.
Entre os casos investigados pela corporação, está o “golpe das facções”, em que os estelionatários se identificam como integrantes de uma organização criminosa. Por meio do envio de fotos, áudios e mensagens, os golpistas fazem ameaças e intimidações, exigindo dinheiro para que poupem as vítimas.
Uma das táticas utilizadas pelos que aplicam esse tipo de golpe tem como alvo o público masculino, através de sites que oferecem serviços de acompanhante. A partir dessas plataformas, em um primeiro momento, supostas garotas de programa induzem as vítimas a encontrarem-nas em determinado local, como em um hotel. Depois, ao chegarem no ponto de encontro, os clientes se dão conta que não há ninguém à espera. Ao irem embora dali, no entanto, eles passam a ser alvo de cobranças, via aplicativos de mensagem, feitas por um terceiro envolvido, que se apresenta como integrante de facção e afirma agenciar a acompanhante.
“As pessoas não devem fornecer dados para sites suspeitos ou para quem elas não conhecem. No caso dos sites, 99% é golpe”, afirmou o chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré. “Também não se deve transferir valores pois, uma vez que os criminosos conseguem obter a primeira remessa, seguem-se mais extorsões. Sabemos que esse tipo de golpe é um dos meios de atuação do crime organizado.”
Sodré destaca que os estelionatários, através das informações fornecidos aos sites e às supostas garotas de programa, conseguem localizar endereços e até nomes dos familiares da vítima. Não é regra que os golpistas sejam membros de uma facção, explica o delegado. Contudo, há outros casos em que eles são faccionados e articulam esses golpes do sistema prisional. “O estelionato não necessariamente é aplicado por uma facção. Mesmo assim, sabemos que, nas cadeias onde não há bloqueadores de celular, existem presos com tempo disponível para aplicar esses golpes”, destacou.
O chefe de Polícia orienta as vítimas para que procurem a delegacia mais próxima ou que façam o registro da ocorrência online, além de bloquear os telefones de onde partem as cobranças e ameaças. Uma vez feito o registro, a Polícia Civil fará o levantamento da origem desses números, com o objetivo de rastrear os autores do golpe. “O mais importante é jamais enviar dinheiro a eles”, enfatizou o delegado Sodré.
Orientações para evitar cair em golpes:
1) Desconfie de solicitações de dinheiro online: Não envie dinheiro para pessoas ou organizações desconhecidas pela internet. Golpistas frequentemente usam ameaças e intimidações para induzi-lo a pagar.
2) Cuidado com sites suspeitos: Evite fornecer informações pessoais em sites que parecem suspeitos, especialmente em plataformas que oferecem serviços duvidosos.
3) Não forneça dados pessoais a estranhos: Não compartilhe informações sensíveis, como endereços ou detalhes sobre sua vida pessoal com pessoas que você não conhece.
4) Bloqueie números suspeitos: Se receber ameaças ou cobranças por meio de aplicativos de mensagem, bloqueie os números e não responda a essas mensagens.
5) Registre ocorrências: Em caso de tentativa de golpe, procure a delegacia mais próxima para registrar a ocorrência ou faça o registro online, caso seja uma opção.
6) Não ceda à pressão: Mantenha a calma e não ceda à pressão dos golpistas. Eles frequentemente usam táticas de intimidação para conseguir dinheiro.
7) Não envie dinheiro sob ameaças: Lembre-se de que enviar dinheiro aos golpistas não garante que eles parem de incomodá-lo. É melhor denunciá-los às autoridades.
8) Colabore com as autoridades: Ajude as autoridades a rastrear os autores de golpes, fornecendo informações relevantes quando necessário.
Fonte: Correio do povo