A Polícia Civil indiciou por homicídio qualificado, na segunda-feira (26), quatro pessoas pelo assassinato de uma mulher durante um suposto ritual religioso dentro de um cemitério em Formigueiro, na Região Central do Rio Grande do Sul. Os nomes da vítima e dos suspeitos não foram divulgados.
Ariel Cardoso, advogado que defende um dos indiciados, disse que “ainda é muito cedo para fazer grandes afirmações sobre o processo”, e que deve se manifestar a respeito a partir do que decidir o Ministério Público em relação ao inquérito.
Márcia Pereira da Silva, advogada que defende os demais, disse que ainda está “analisando os pontos do inquérito e laudo para posterior manifestação”.
As quatro pessoas estão presas. De acordo com a Polícia Civil, os qualificadores do crime são “motivo torpe, meio cruel e recurso que impediu ou dificultou a defesa da ofendida“. Duas das pessoas, líderes religiosas, admitiram que bateram na mulher “para expulsar o encosto, o espírito do mal que estava nela“. Segundo a polícia, a mulher teria sido amarrada em uma cruz e espancada
“Mas disseram, também, que não lembram muito do que fizeram porque estavam com entidades incorporadas“, divulgou a Polícia Civil.
Laudo de necropsia emitido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que a causa da morte aconteceu por “ferimentos por instrumento contundente”.
O caso
Os espancamentos teriam começado em uma casa que era usada para rituais, segundo a Polícia Civil. Em seguida, a mulher foi levada ao cemitério, mas voltou à casa e, por fim, retornou ao cemitério. O processo teria sido acompanhado pelo marido e filho dela.
Na segunda passagem pelo cemitério, quando a mulher morreu, o filho e o marido dela teriam sido orientados a ficar do lado de fora, esperando pelo fim do ritual. Ao estranharem a demora, teriam entrado no local e encontrado a mulher morta, amarrada em uma cruz.
Atendimento médico foi solicitado pelos familiares. Teria sido neste momento que a polícia foi acionada. Posteriormente, duas pessoas foram presas em flagrante. No dia seguinte, mais dois foram presos.
Fonte: G1/RS