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Policial Militar que morreu durante perseguição pode ter sido baleado por colega de corporação

Polícia Civil investiga a possibilidade de o soldado Roniclei Luciano Graef Cipolato, 46 anos, ter sido morto por um disparo feito por um colega de Brigada Militar (BM). Cipolato foi baleado em 26 de março, enquanto perseguia um suspeito sobre um telhado no bairro Costa e Silva, na zona norte de Porto Alegre.

Uma pistola 9mm usada por um colega da vítima foi apreendida e enviada para perícia. O projetil retirado do corpo do soldado seria compatível com calibre 9mm ou .40, munições usadas em armas da corporação. 

O suspeito que foi preso no local do confronto portava um revólver calibre 32, que também será periciado. Ele foi autuado em flagrante por porte de arma e colocado em liberdade pela Justiça depois da audiência de instrução. A participação dele no confronto com o PM foi praticamente descartada.

O dois militares envolvidos na ação trabalhavam na Seção de Inteligência do 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM). Eles estavam no local, segundo a BM, em uma operação discreta. A região é conhecida, segundo autoridades, pela intensa movimentação de traficantes e pelo alto índice de assassinatos.

A pistola do PM foi apreendida pela Brigada Militar, que também apura o caso por meio de um Inquérito-Policial Militar (IPM). O PM que estava com Cipolato deve prestar depoimento na 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (3ª DHPP) na próxima segunda-feira (24).

O delegado Thiago Zaidan, que esteve no local do crime e conduz a investigação, explicou que o inquérito é sigiloso e que não poderia dar mais detalhes. Zaidan disse que são aguardados os resultados de perícias: a necropsia, a de levantamento no local do crime e também a de balística. Nesta última, serão feitas comparações a fim de identificar de que arma partiu o tiro que matou Cipolato.

Conforme a apuração até o momento, os PMs haviam estado no mesmo local do crime um dia antes e teriam perseguido suspeitos, mas sem sucesso. Retornaram na noite do sábado, 26 de março, e mais uma vez houve perseguição ao avistarem criminosos armados. A dupla pediu reforço a colegas fardados que estavam próximos à região. Conforme a investigação, somente Cipolato subiu no telhado. O tiro transfixou um dos braços e entrou pela lateral do corpo, atingindo a aorta. O soldado não usava colete à prova de balas.

A investigação por parte da BM está sendo conduzida pelo tenente-coronel  Fábio da Silva Schmitt e tem prazo de 60 dias para conclusão.

— O caso está sendo apurado pelo comandante do 9º BPM a fim de garantir total isenção dos resultados. Diligências estão em andamento e várias hipóteses sobre o que ocorreu naquela noite são apuradas — explicou o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Luciano Moritz Bueno.   

Cipolato estava na BM desde 2004 e tinha quatro filhos.

Fonte: GZH

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