_Curso terá foco na parte prática, reforçando técnicas de defesa pessoal, policiamento em embarcações e identificação veicular_
O município de Uruguaiana está sediando uma capacitação para profissionais de segurança pública que atuam no Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas (Vigia). Ao todo, 38 profissionais de seis Estados – Amapá, Tocantins, Paraná, Acre, Rondônia e Rio Grande do Sul – participam da 6ª edição do Curso de Unidades Especializadas de Fronteiras, promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
As aulas se iniciaram no dia 19 de outubro e seguirão até o dia 1º de novembro, com carga de 96 horas. Participam do curso policiais militares e civis, policiais rodoviários federais, entre outros, escolhidos pelos Estados, que atuam na Operação Hórus, que combate o crime organizado na faixa de fronteira. No total, 14 Estados integram o programa Vigia. Por sediar o evento, o RS conta com 20 profissionais participando da formação.
O treinamento prepara o policial para lidar com o ambiente de fronteira – identificado como Vica: volátil, incerto, complexo e ambíguo.
– Além da integração das polícias dos Estados fronteiriços, o treinamento é importante para que todos tenham o convívio e também as matérias. Cada um pode compartilhar suas vivências e contribuir. Cada Estado também tem as suas dificuldades, então é importante para que todos tenham um alinhamento de conduta – ressalta o major Otemar Bianchini, comandante do 6º Batalhão de Polícia de Choque – Fronteira e coordenador do curso.
A capacitação tem como foco a parte prática, reforçando técnicas de defesa pessoal, imobilização, policiamento em embarcações e identificação veicular e fraudes associadas – entre outras disciplinas que estão na rotina do efetivo policial.
Os princípios de sobrevivência, previstos no curso, contribuem com técnicas para situações-limite que os policiais possam enfrentar – como situações de perseguição em mata fechada, identificação de rastros, técnicas de como se portar e como atuar silenciosamente.
Outra tática necessária para a atuação nas fronteiras brasileiras, que são cercadas por rios e ambientes molhados, é a natação utilitária – disciplina que dialoga diretamente com o treinamento em policiamento embarcado, considerado primordial pelo major Bianchini. A maneira como o policial é preparado para a viatura é diferente do preparo para o barco, devido a questões como a estabilidade. Assim, há uma série de requisitos necessários, por exemplo, no caso de o policial cair na água, para que ele consiga flutuar, fazer o corpo se adaptar ao frio e ao clima.
Além disso, também serão revistos procedimentos frente a ocorrências fronteiriças, que envolvem direito ambiental, como caça e pesca ilegal, técnicas de fiscalização de desmatamento, além de encaminhamentos no caso de vítimas, apreensão de materiais, aspectos legais, bem como conhecimento de áreas indígenas.
Cartografia, navegação, técnicas de orientação e demais métodos de georreferenciamento constituem outra disciplina de importante uso prático nas ocorrências.
Fonte: GZH