A Operação Accelerare, desencadeada nesta terça-feira pela Polícia Civil, apreendeu prendeu preventivamente sete investigados por apologia ao nazismo e associação criminosa no Rio Grande do Sul e no Ceará. A ação, que conta com o apoio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), também cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo e Paraná. Sete grupos nazistas foram atingidos pela ação, sendo quatro desses no estado gaúcho, onde também foi apreendido um adolescente. Todos os presos são lideres de organizações neonazistas, conforme a corporação.
Entre os alvos, seis foram nas cidades de Porto Alegre(1), Capão da Canoa (1), Pantano Grande (1), Novo Hamburgo (1) e Canoas (2). O sétimo investigado foi preso em Fortaleza, onde é proprietário de uma livraria que publica e divulga materiais neonazistas.
Segundo a delegada Tatiana Bastos, titular da DP de Combate à Intolerância, os suspeitos integram células nazistas ligadas a grupos com base nos Estados Unidos e na Europa. Ela explica que os investigados realizavam ameaças de atentados a instituições públicas, como em escolas, e à comunidade judaica que, ainda segundo a delegada, após a guerra entre Israel e Hamas, registraram aumento superior a 900% no Brasil.
“Nessa operação, identificamos sete células nazistas no Brasil, organizadas e atuantes, sendo quatro gaúchas. Pedimos a prisão das lideranças, mas são grupos que contam com centenas de pessoas. No mundo, existem cerca de 32 mil organizações nazistas”, afirmou a delegada. “A maioria dos integrantes tem uma vida aparentemente normal. São pessoas que tem outras atividades e, na maior parte das vezes, passam desapercebidas.”
Entre as lideranças que tiveram prisão decretada, duas já cumprem pena na Penitenciária Estadual de Canoas. Um desses lideres é Laureano Vieira Toscani, condenado a 13 anos de prisão por atacar judeus na Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 2005. Mesmo condenado, ele recebeu benefício ao regime semiaberto, mas acabou sendo preso novamente, em setembro do ano passado, suspeito de integrar um grupo supremacista em Santa Catarina. “O Laureano é um dos principais líderes do movimento nazista no Brasil. Ele tem participação em várias células nazistas”, destacou a Tatiana.
Foram também apreendidos materiais e simbologias de apologia ao nazismo, fardamento inspirado na SS (exército nazista), armas brancas, simulacros de arma de fogo e literatura com conteúdo fascista e nazista. As investigações tiveram início em maio, após uma denúncia anônima que relatava a existência de diversos grupos neonazistas e extremistas no Rio Grande do Sul.
Fonte: Correio do povo