Na manhã desta segunda-feira, dia 13, bicheiros de São Borja procuraram a GZH para relatar que estão sofrendo extorsão por parte da facção Primeiro Comando do Interior (PCI), que atua na Fronteira Oeste.
Conforme a matéria, os cinco maiores bicheiros da cidade, que atuam há décadas, receberam ligações por vídeo em seus celulares, dos chefes do crime organizado. A exigência, segundo eles, é de que juntos, entreguem a quantia de R$ 12,5 mil por semana destinada à facção, e caso se recusem, sofrerão as consequências.
Os bicheiros não aceitaram pagar a quantia e já começaram a sentir as consequências. Segundo relatos, há duas semanas, três motoqueiros que recolhem malotes com o faturamento dos jogos foram assaltados. Eles ficaram amedrontados com a ação, um deles chegou a abandonar o serviço, e os outros ameaçam também deixar o trabalho.
— A coisa vai ficar feia, porque não vou desmontar um negócio que tenho há décadas por causa de ameaças. Se a situação continuar assim, vamos resistir — anuncia um dos bicheiros, em entrevista à reportagem.
Os bicheiros procuraram a delegada Elisandra Batista, que responde pela Polícia Civil em São Borja. Foi uma reunião informal, com pedido de proteção.
— Explicamos que a situação será investigada, mas que eles tampouco estão livres para bancar o jogo — informa a delegada.
A policial se refere à legislação que proíbe a exploração de jogos de azar no Brasil. Ela infringe a Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei 3.688, de 1941) e prevê pena de prisão, de três meses a um ano, aos infratores. Na prática, ninguém fica preso, porque a pena é baixa. A preocupação das autoridades é evitar homicídios na cidade.
Conforme estimativa dos bicheiros, a jogatina emprega cerca de mil pessoas em São Borja, entre apontadores (que registram as apostas), arrecadadores (que recolhem o dinheiro) e banqueiros (que montam o negócio). As apostam movimentam cerca de R$ 35 mil por dia, só que mais da metade vai para as despesas e pagamento de prêmios.
Fonte: GZH
Imagem: Reprodução