Marcada pela polarização e pela tensão, a campanha na Venezuela chegou ao fim nessa quinta-feira (26). Maduro chegou a dizer que uma vitória da oposição, liderada por María Corina Machado com a candidatura de Edmundo González, poderia desencadear um “banho de sangue” no país.
Aos 61 anos, Nicolás Maduro disputa o terceiro mandato seguido. Ele foi eleito pela primeira vez em abril de 2013, um mês depois da morte de Hugo Chávez, de quem era vice. O opositor Edmundo González, de 74 anos, se tornou candidato de última hora e diz acreditar na vitória.
Uma equipe da Polícia Militar que atua no programa “Polícia na Rua” também acompanha o movimento pelo lado brasileiro. Até às 11h30 (12h pelo horário de Brasília), a situação era considerada tranquila.
O g1 procurou a Polícia Federal, Ministério da Justiça e o Itamaraty para saber se acompanham a fronteira no lado brasileiro, mas nenhuma resposta foi enviada até a última atualização.
Migração venezuelana para o Brasil
Desde 2015, quando a inflação na Venezuela escalonou e se tornou a pior do mundo e o país passou a enfrentar problemas socioeconômicos sob o comando de Maduro, milhares de migrantes começaram a fugir do país. Um dos destinos mais procurados foi o Brasil – em quase 10 anos de migração, se tornou o terceiro país com a maior população de venezuelanos na América Latina.
No Brasil, a porta de entrada de migrantes é Roraima, especialmente na fronteira com Pacaraima. Brasil se tornou o terceiro país com a maior população de venezuelanos na América Latina.
Para se ter ideia, Roraima recebeu o maior número de pedidos de refúgio no ano passado: 71.198 Desses, 67.914 (95%) foram de migrantes venezuelanos.
Desde janeiro de 2017, quando o governo federal passou o monitorar o fluxo migratório, 1.092.467 migrantes venezuelanos entraram no Brasil. O levantamento é da operação Acolhida, força-tarefa criada pelo governo federal para atender venezuelanos que entram no Brasil.
➡️ Atualmente, o fluxo diário de entrada pela fronteira é de cerca de 400 pessoas. São ao menos 12 mil migrantes por mês. A estimativa é de que 10 a 12% saiam do país, alguns por conta própria, outros pelo programa de interiorização do governo. O restante fica no Brasil, não necessariamente em Roraima.