O verão no Hemisfério Sul começa à 0h27min (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (22) e se estende até 0h06min de 20 de março de 2024. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a próxima estação motivará o natural aquecimento no Brasil até o final do primeiro trimestre.
Somado a isso, o El Niño deve influenciar na estação, assim como tem feito desde o inverno: a irregularidade da chuva será o principal fator a afetar o tempo no Estado, afirma Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, acrescenta que as precipitações devem ficar acima da média durante o verão em quase todo o RS — a exceção fica por conta de parte da Serra e do Litoral Norte. Isso ocorrerá em função da instabilidade vinda da Argentina e do Uruguai e da passagem de frentes frias, tendências comuns durante a primavera, que devem permanecer nos próximos meses.
— Isso que vimos nos últimos meses foram extremos de chuva, com acumulados muito acima da média. Por isso, o RS teve esses problemas. Agora, vai ter chuva acima da média, mas é cedo para dizer se serão temporais ou pancadas, o RS é muito volátil em relação a esses sistemas climáticos. Então, é muito cedo para definir — ressalta Borges.
Em relação à temperatura, o meteorologista da Climatempo explica que será um pouco acima da média principalmente na faixa norte do Estado, pegando parte das regiões Central, Metropolitana e Serra. Para exemplificar, cita a média climatológica de Porto Alegre, que é 30°C. Em ano de El Niño, contudo, fica em torno de 31°C ou 32°C.
Já as faixas Oeste, Sudoeste, Sul e parte da Central ficam dentro da média, justamente por causa dos períodos de chuva intensificada.
— Não vai ser um verão extremamente quente porque haverá uma sequência maior de chuva em função do El Niño. Esse fluxo de umidade vai permanecer mais intenso do que o costume. Por isso, com a chuva mais frequente, esses períodos quentes vão ser menores do que tivemos no ano passado, quando vimos períodos intensos de estiagem — diz Lopes.
Um verão mais chuvoso, porém, deverá propiciar dias de abafamento no Estado, segundo o meteorologista da UFSM:
— Mesmo com temperaturas não tão extremas, a presença desse ar mais úmido aumenta a sensação de calor, o que vai trazer um desconforto maior.
Borges comenta, entretanto, que o destaque do verão ficará por conta da “queda” do El Niño, que teve seu pico em dezembro e deve continuar ao menos até abril. Conforme o especialista da Climatempo, o fenômeno começa a perder intensidade em janeiro, mas será preciso acompanhar de perto e seguir avaliando mensalmente seu impacto.
Fonte: GZH