Vulto de orixá Bará é atacado e danificado durante festividade no Mercado Público; polícia investiga caso

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Foto: Pai Tiago de Bará - Arquivo Pessoal

A 3ª Festa de Bará, realizada no centro de Porto Alegre, foi encerrada na noite de sexta-feira (13) com um caso investigado como intolerância religiosa. Uma imagem do orixá Bará, conduzida num andor, foi atacada e danificada nas proximidades do Mercado Público.
Um suspeito do ataque, um homem de 29 anos, chegou a ser detido e encaminhado à polícia, mas foi liberado. O caso foi remetido à Delegacia de Combate à Intolerância da Polícia Civil, que seguirá com a investigação.
O pai Tiago de Bará, 47 anos, da Associação Independente em Defesa das Religiões Afro Brasileiras (Asidrab), que organiza as festividades, relatou que o ataque aconteceu no momento em que eles retornavam ao interior do Mercado Público, por volta de 22h.

Era o encerramento da série de festividades, que vinha sendo realizada ao longo da semana, com a participação de milhares de pessoas. A festa se iniciou ainda na quarta-feira (11), no interior do Mercado Público, com a distribuição dos axés no coração do prédio histórico da Capital.
Na sexta-feira, houve procissão e uma solenidade com a presença de autoridades. Após as festividades na rua, o grupo retornava com a imagem para o interior do Mercado Público.
— Botamos o andor no ombro, eu estava na parte traseira direita. Estávamos naquele trecho entre o Chafariz e o pórtico do Largo Glênio Peres. Só ouço alguém vir gritando “Em nome do jesus. Desgraçado”. Ele saltou e atingiu o vulto na região da bacia, com um soco. Soltei o vulto, e pulei em cima dele. Estou machucado no ombro. Mas consegui imobilizá-lo e chamar o segurança — descreveu Tiago.

Em um vídeo, registrado logo após o fato, é possível ver que a imagem de Bará está danificada, com as pernas quebradas. O orixá, nas religiões de matriz africana, é considerado o guardião que abre caminhos.

A imagem havia sido encomendada por Tiago a um artista plástico para fazer parte das festividades deste ano. A produção da escultura, que tem 1m60cm, custou cerca de R$ 20 mil. Ao longo dos dias da celebração religiosa, segundo Tiago, já havia manifestações de pessoas com gritos e insultos. Ele lamentou que a situação tenha se agravado e a festa encerrada desta forma.

 Estava tão feliz, com tudo. Senti muita dor. Fiquei tanto tempo juntando dinheiro, depois encontrei a pessoa certa para fazer isso. Era um presente para a coletividade. As pessoas ficaram tão emocionadas, quando viram o Bará ali. Vieram pessoas da Argentina, do Uruguai, de outras cidades. Uma festa tão linda, feita com tanto esforço, é de indignar — disse.

O artista plástico, que criou o vulto, pretende avaliar a imagem nos próximos dias para realizar os reparos na obra. Tiago afirmou que pretende se reunir com autoridades para reivindicar a presença de maior segurança em eventos deste porte. O suspeito de ter cometido o ataque foi encaminhado à Brigada Militar e, posteriormente, ao Palácio da Polícia.
Investigação

Segundo o delegado Vinicius Nahan, da Delegacia de Combate à Intolerância, no momento da ocorrência, ainda na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), houve o entendimento de que não havia elementos para a prisão em flagrante. Em razão disso, o suspeito foi liberado. O caso foi remetido à delegacia especializada neste sábado (14).

O caso se enquadra como prática de discriminação religiosa. É um crime previsto na lei antirracismo, que tem como pena reclusão de um a três anos. Trata-se de intolerância religiosa — disse o delegado.

O suspeito é natural de São Paulo, e possui antecedente policial pelo crime de furto qualificado no município de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. A partir de agora, o delegado pretende ouvir os envolvidos no caso e buscar testemunhas e também imagens de câmeras de segurança, que possam auxiliar na elucidação.

 Precisamos apurar a motivação e se não houve a participação de alguma outra pessoa, se foi ele mesmo e se ele agiu sozinho. Além disso, vamos avaliar o dano causado na imagem. Pelo que foi mencionado, a imagem teria custado R$ 20 mil, então vamos avaliar a extensão do dano, para responsabilizar o indivíduo economicamente — afirmou o delegado.

Fonte: GZH 

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