O governador Eduardo Leite (PSDB) se manifestou nesta terça-feira de forma favorável ao projeto de mudanças no imposto de renda (IR) anunciado pelo governo federal. “Somos todos favoráveis à ampliação do desconto”, resumiu o tucano.
Ele projetou, contudo, que a União, quando se debruçar sobre as ferramentas de compensação aos impactos decorrentes do aumento da faixa de isenção, precisará olhar também para a compensação a estados e municípios.
“Boa parte do que vai haver de renúncias nessas receitas do imposto de renda é de estados e municípios, na forma de imposto de renda retido na fonte. Os mecanismos que a União estiver apresentando vão ter que contemplar a compensação a eles”, opinou.
As declarações do governador foram feitas ao final de sua participação, como palestrante, na primeira edição do evento INDX, lançado pela Fiergs, no formato reunião almoço, e que tem por objetivo debater os interesses do setor. Durante a palestra, o tucano não falou sobre as mudanças no IR, apesar de o assunto dominar a pauta do dia.
Leite preferiu renovar protestos ao Executivo federal em dois temas nos quais vem insistindo: as opções de pagamento da dívida do Estado com a União e o desequilíbrio que entende haver por parte do governo central nos benefícios e incentivos que concede aos estados. O governador defende o estabelecimento de um fundo constitucional dirigido à região Sul do país, reivindicação que tem apoio massivo nos setores produtivos da economia gaúcha. Ao final do encontro desta terça, ele disse de novo que a União trata o RS de forma “desigual.”
O governador já havia aberto sua exposição endereçando críticas à ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que tomou posse no último dia 10. “A pouca habilidade política da ministra não me surpreende. O que me surpreende é o desconhecimento dela sobre os assuntos.” O motivo da ira do tucano foi uma postagem feita pela ministra durante a manhã nas redes sociais. Nela, Gleisi fez referência a valores pagos pela União de dívidas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e RS, conforme pactuado no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). E emendou que os governadores dos quatro estados estão entre os que mais atacam Lula.
Questionado, ao final do evento, se as críticas à ministra já podiam ser consideradas como fala de pré-candidato à presidência da República em 2026, Leite respondeu que Gleisi fez uma declaração provocativa e que ele estava apenas defendendo o Estado.
