Isaac Carmo Cardozo – Colunista
A vida como sempre nos apresenta lições diárias, basta apenas interpretá-las.
Na entrada do quartel da Brigada Militar, tem um pequeno jardim a esquerda, de quem entra pela porta principal desta instituição centenária que tem prestado grande serviço a comunidade de São Borja.
Neste jardim, que é um pequeno canteiro suspenso, tem suas plantas “volta e meia” trocadas por novas flores, substituindo aquelas mortas pelas altas temperaturas que assolam está fronteira como também a falta d’Água. Na ponta deste canteiro, tem uma planta que destoa destas flores, um pé de boldo, mesmo não produzindo flores tem sido o socorro de muito “praça” que assume o serviço “mal da buchada”.
Tem algumas flores, que embora apresentem uma beleza e sejam vistosas, quando testadas frente a temperaturas elevadas e a falta de água, tendem a não vingar, principalmente estas que são vendidas a “granel” em floriculturas e supermercados, parecendo que veem com prazo de validade determinado.
Já o “velho boldo”, “planta de guerra”, da nossa “farmácia campeira”, que se pegarmos uma folha e plantar, em 15 dias já tem raiz ou esta mesma folha machucada em uma água morna é um excelente remédio. Tudo de graça.
Este verão que passou foi terrível, no que se refere ao calor, a seca e as altas temperaturas, sendo que não teve planta que aguentasse estas adversidades, mas o “cabo veio Boldo” em extinção na brigada continua firme e socorrendo os doentes.
Nesta semana passada, o canteiro passou por mais uma nova revitalização, com a chegada de novas plantas, os quais foram apresentadas cheias de vida, mas que, sabendo que devem ser regadas e ficarem na sombra e em uma boa temperatura para continuarem floridas, para cumprirem a sua finalidade: embelezar o rol de entrada.
Na busca de amenizar um problema “digestivo” que me assolou, me fui ao socorro do boldo, quando para minha supressa não estava lá. O que me causou certa estranheza, pois estava bem verde a dias atrás, não seria pela falta de água, pois havia chovido bastante ou pela temperatura, pois fazia “clima de montanha”. O que será que aconteceu? Fui descobrir que ele foi mudado ou transferido para um lugar mais afastado “roll” de entrada, no estacionamento, ao pé de uma antiga árvore.
Nem sempre o mais bonito, apresentado, ou melhor vestido, ira suportar as intemperes da vida, resistindo ao calor das pressões diárias ou que aguentará as dificuldades apresentadas. Sempre existira a supressa naqueles que não produzem flores, que destoam dos demais, nas que muitas vezes são a solução de alguns problemas.
Para quem não sabe estes são os benefícios do boldo: ajuda na digestão, anti-inflamatório, antioxidante e diurético, dentre estes ajuda na ressaca.
E já ia esquecendo para os praças desavisados, que o pé de boldo agora está em outro lugar, afastado talvez do alcance, mas está firme e verde (re) plantado junto ao pé de uma antiga árvore, que um dia também teve vida, mas hoje só oferece o seu tronco seco.
