Por: Isaac Carmo Cardozo – Colunista
Há 102 anos atrás a Brigada Militar de São Borja, através do Decreto n°3143, tem vida orgânica à força são-borjense, como assim foi publicado:
“Cria um corpo provisório no Município de São Borja
O Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições que lhe confere a Constituição, Art. 20, n°10, resolve criar um corpo provisório no município de São Borja, para qual são nomeados, em comissão, os seguintes oficiais:
Estado-Maior
Tenenete-Coronel comandante – Dr. Getúlio Dornelles Vargas
Major Fiscal – Deoclecio Dornelles Motta
Capitão Ajudante – Inacio José da Silva
1°Esquadrão
Capitão comandante – Severeno Tambeiro
2°Esquadrão
Capitão comandante – Alfredo Alves de Abreu
3°Esquadrão
Capitão comandante – Francisco Ferreira dps Santos
4°Esquadrão
Capitão comandante – Reginaldo Krieger
Conforme a publicação descrita no livro: Noticia dos Combates de Capão do Mandiju e Estância dos Figueiredos, do escritor Fernando O.M. O’Donnell, a Brigada Militar, foi aquartelado em próprio municipal, dispondo de enfermaria, contava com 320 homens, segundo o padrão dos corpos auxiliares da Brigada Militar, além dos 19 comissionados e do médico que fora contratado, Adriano Wagner Moré, tinha 26 sargentos, 36 cabos, 13 clarins e 225 praças. Em sua fase inicial tinha 527 cavalos, para os padrões da época insuficientes para uma guerra de perseguição, que demandava duas mudas ou três montarias para cada homem.
O que se sabe daquela época é que a grande maioria dos oficiais era convocada entre jovens republicanos, de classe média, pequenos proprietários, ex graduados de forças regulamentares e representantes políticos dos distritos do interior. A seleção ocorreu na praça XV de Novembro, sendo instalada na antiga estação da estrada de ferro, em um cassarão antigo no bairro do tiro.
A grande curiosidade é que o primeiro comandante foi Getúlio Vargas, que logo após ter sido destacado para está missão, foi nomeado Deputado Federal, sendo então promovido a Tenente Coronel Comandante Deoclécio Dornelles Mota, pai do “Seu Bijuja”, figura que era muito conhecida aqui em São Borja.
Existem acontecimentos anteriores em que é citada a Brigada Militar atuando em São Borja. Este pesquisador, não conseguiu achar, se estavam atuando na “forma de volantes” (quando vinham ao município quando solicitados) ou havia um pequeno destacamento. O certo é que a Brigada Militar, passa a ter uma estrutura a partir deste ano, e embora sendo um efetivo de reserva, provisório e auxiliares, como destaca Hélio Moro Mariante estão intimamente ligados a história da Brigada Militar, por que foram criados em momentos de graves preocupações para os governos legalmente constituídos, prestando serviços relevantes e sua criação tinha a importância. Prestando serviços relevantes ao Rio Grande do Sul, sempre subordinados ao comando Geral da Brigada Militar e sujeitos ao seu regulamento. Portanto seus integrantes brigadianos.
Cabe destacar o Decreto n°3246 de 10 de janeiro de 1924, logo após o fim da revolução de 1923, que vários provisórios foram dispensados, ficando apenas alguns, diretamente subordinados ao comando e ao regulamento da Brigada Militar, sendo mantidos em caráter provisório e policial.
A história da Brigada Militar se confunde com a história de nosso estado, e não seria diferente aqui em nosso municipo. Estamos imbuídos de que estes acontecimentos não caiam em esquecimento, e que as novas gerações saibam dos feitos de nossos antepassados.
