Crônica: Ainda com a faca na mão

PUBLICIDADE

WhatsApp Image 2025-01-16 at 10.30.38
ms c
WhatsApp Image 2025-02-04 at 11.37.36
400x309_Rancho-Sao-Borja
Vitório
dr pablo
mecautor 1
Supermercado Santa Rita
WhatsApp Image 2023-08-28 at 21.56.08
WhatsApp Image 2024-02-20 at 16.15.57
WhatsApp Image 2024-07-09 at 13.40.21
WhatsApp Image 2024-07-09 at 13.40.20
IMG_3484
Guilherme
WhatsApp Image 2025-03-12 at 13.59.41
Foto: Reprodução

Por: Isaac Carmo Cardozo – Colunista

Nesta rotina policial, uma coisa é certa: nenhuma ocorrência é igual a outra, pode ser parecida, mas será sempre diferente.

Cada região de nosso estado, tem suas características e crimes que se destacam. Aqui na nossa fronteira temos o abigeato (furto de animais), como um crime corriqueiro, tendo em vista a nossa grande produção pecuária. A Brigada Militar, tem procurado diminuir está prática, com patrulhamento especifico, voltado para o campo, aonde este crime tem a rotina de acontecer.

Mas a grande maioria dos policiais sabe, que pegar um “ladrão de vaca”, no ato de uma carneada é difícil, por que eles se cercam de mecanismos, de proteção, para realizarem o ilícito. As prisões quando acontecem são antes do fato ou após, com a carne já condicionada para o transporte.

 As barrancas de nosso Rio Uruguai, tem alguns arroio que desembocam perto de nossa cidade de São Borja, estas águas sempre protegidas pelas matas ciliares, são usadas “de vez em quando” por “perversos” na praticas de crimes transfronteiriços. 

Estando na atividade de policiamento nestes locais, resolvemos apear de nosso “meio de locomoção” e incursionar por está vegetação. Eram aquelas tardes de janeiro, com um sol escaldante, sem nenhum vento para refrescar, carregando o colete de proteção e demais materiais de nossa rotina policial, que transformava a nossa caminhada mais penosa.

Fizemos aquela parada técnica, para tomar uma água que sempre levamos, quando ao longe ouvimos vozes vindo de dentro do mato. Mantivemos a nossa atenção voltados paras estas vozes que eram seguidas de risadas e gargalhadas, presumindo que a conversa estava boa.

Resolvemos aproximar para ver o que levaria, estas pessoas e estarem naquele ambiente em um calor que beirava aos 40°, na sombra. Chegamos bem devagar, dentro da técnica, que nos é ensinada, sempre atentos ao nosso redor. As vozes ficavam mais próximas ao passo que avançamos. Avistamos um veiculo, que estava escondido no mato, dei uma olhada para dentro e tinha pedaços de vaca, inteiros dentro dele, como quarto e paleta. Conversei com meus colegas, através de sinais e continuamos em direção ao local aonde estariam as pessoas, quando se deparamos com uma cena, que eu particularmente nunca tinha vivenciado e nem meus colegas que estavam comigo. Um cenário aonde tinha um homem acocado, carneando no chão o animal, outro homem que chairava uma faca e outro que colocavam os pedaços em um saco de estopa, e do lado deles três cachorros que estavam entretidos com as vísceras destes animais, que sequer notaram a nossa presença e um “mundaréu” de moscas. 

De imediato anunciei nossa presença, solicitando para erguerem as suas mão para o alto, dois obedeceram nossas ordens, mas o que estava mais distante de nós, colocando os pedaços de carne no saco, saiu em disparada em direção há uma cerca, que se eu não visse não acreditaria, passou pelo meio dela, não sei como chegou do outro lado, e se foi ao mato.

Tomamos as providências, prendendo os dois que ficaram, solicitamos apoio para levar o material apreendido, pois deveria ser apresentado na Delegacia de Policia, para posterior ser descartado. Depois de tudo encaminhado, veiculo em cima do guincho, removido para o depósito, antes de partir do local do fato, dou uma olhada para os três cachorros, que nem se importavam com o desfecho de tudo aquilo, seguiam degustando aquela carne fresca, sem se importar com a prisão de seus donos e tampouco preocupados em não terem cumprido as suas missões de alertar sobre a nossa chegada.

 

 

Isaac Carmo Cardozo – Colunista
Isaac Carmo Cardozo é 1°Sargento da Brigada Militar, Bacharel em Direito pela Unilassale/Canoas, Especialista em Gestão Pública pela UFSM/Santa Maria e Mestre em Políticas Públicas pela Unipampa/São Borja. Escreveu o livro: Monitoramento de Políticas Públicas de Segurança – O Programa de Resistência às drogas e a violência (Proerd) no Município de São Borja. Tradicionalista, é Coordenador da Invernada Especial do Centro Nativista Boitatá. Historiad

 

Mais recentes

PUBLICIDADE

WhatsApp Image 2025-01-16 at 10.30.38
dr pablo
WhatsApp Image 2023-08-28 at 21.56.08
WhatsApp Image 2024-02-20 at 16.15.57
Rolar para cima